O príncipe Harry falou sobre o seu dia-a-dia em Camp Bastian, no Afeganistão, como piloto da Força Aérea Britânica, numa entrevista exclusiva a James Edgar da Press Association - divulgada pela Casa Real Inglesa.

O «capitão Wales», como é conhecido em missão, revelou que matou várias pessoas uma vez que se encontrava «em posição de ataque».

«Muitas pessoas fizeram isso. Tiramos uma vida para salvar outras. Se há pessoas que procuram fazer mal aos nossos, então colocamo-los fora de jogo», afirmou.

Harry confessou ainda que se sente mais cómodo na pele militar do que como membro da família real.

«O meu pai lembra-me sempre de quem sou quando estou no exército. Toda a gente veste o mesmo uniforme e faz as mesmas coisas. Algumas pessoas dizem-me "Lembra-te quem és, não baixes a guarda"», revelou.

Sobre a família real e o facto de ir ser tio pela primeira vez, Harry de Inglaterra revelou que está «muito feliz»: «Já era hora».

Apesar de se encontrar a milhares de quilómetros, o filho mais novo do príncipe Carlos conseguiu falar com o irmão e com a cunhada.

«Claro, falei com eles e eles estavam muito bem e muito felizes. Foi muito injusto porque tiveram de torná-lo púbico por causa do internamento, mas é assim que funcionam as coisas. Estou verdadeiramente feliz por eles, e espero que ambos, especialmente a Catherine como futura mãe, tenham a proteção suficiente para desfrutar da privacidade deste momento», afirmou.

O príncipe Harry falou ainda sobre a sua viagem a Las Vegas e afirmou que se «decepcionou» a ele mesmo e à família.

«Na realidade, estava numa área privada e deve haver um certo grau de privacidade. Aquilo foi provavelmente o clássico exemplo de me ter comportado mais como soldado do que como príncipe», disse, acrescentando que não achou «aceitável» a forma como certos meios de comunicação trataram a história mesmo sabendo que ele estava de partida para o Afeganistão.

Preocupado com a sua imagem pública, Harry assume que tenta ler tudo o que se publica sobre si, mesmo com o pai a dizer-lhe para não o fazer.

«Se há uma história e algo escrito sobre mim, quero saber o que se diz», afirma, destacando que se importa com o que os britânicos pensam dele: «Claro, mas são duas coisas diferentes: o que as pessoas pensam e o que pensa a imprensa».

Sobre a sua relação com o irmão, o príncipe William, Harry afirma que o irmão gostava de estar no seu lugar.

«Ele ficaria encantado em estar cá fora. E para ser sincero não vejo por que não o pode fazer. O seu trabalho é muito porreiro, e creio que está a fazer um trabalho maravilhoso, mesmo na RAF», brinca o príncipe Harry.

O neto da rainha Isabel II voltou esta semana a Londres depois de 20 semanas a servir numa base em Otan na província de Helmand, no sul do Afeganistão.

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