O W Algarve, unidade hoteleira localizada na costa sul de Portugal, anunciou, em março do ano passado, a nomeação de Christian Humbert como o seu novo Diretor-Geral. Com mais de 20 anos de experiência na hotelaria de luxo, Humbert assumiu o cargo dois anos após a abertura do hotel, apoiando o desafio da marca de consolidação da sua operação no mercado nacional.

A carreira internacional de Christian Humbert desenvolveu-se sobretudo na Ásia, onde desempenhou funções de liderança em unidades de prestígio. Entre os cargos que ocupou destacam-se o de Diretor de Vendas e Marketing nos hotéis The St. Regis Beijing e The St. Regis Bali Resort, bem como o de Diretor do Hotel em várias propriedades do grupo W. Em 2016, liderou o processo de pré-abertura e posicionamento do W Shanghai – The Bund, tendo posteriormente assumido o cargo de Diretor-Geral no The Ritz-Carlton Shanghai, Pudong.

O regresso de Humbert à marca W acontece quase 10 anos mais tarde, em Portugal, com a missão de reforçar o posicionamento do W Algarve num dos destinos turísticos mais procurados da Europa.

“O estilo de liderança de Christian Humbert, que motiva os colaboradores a proporcionar experiências de luxo excecionais aos seus hóspedes, em combinação com a sua sólida experiência operacional, contribui para elevados níveis de retorno”, lê-se no comunicado divulgado pela unidade.

1. Depois de vários anos a liderar projetos na Ásia, o que o motivou a aceitar o desafio de dirigir o W Algarve e regressar à Europa? Eu adoro a Ásia e os 20 anos em que estive lá foram extremamente enriquecedores, tanto a nível profissional como pessoal. No entanto, depois de todo este tempo, comecei a sentir a necessidade de regressar à Europa e estar mais perto das minhas raízes. Sabia que o setor do turismo estava a crescer exponencialmente por cá e percebi que as oportunidades eram cada vez maiores. Por isso, quando surgiu esta possibilidade de vir para o W Algarve, que me permitia continuar em contacto com um grupo do qual já tinha feito parte, foi impossível recusar.

2. A sua trajetória passou por marcas icónicas como The St. Regis e The Ritz-Carlton. Que aprendizagens fundamentais traz dessas experiências para o W Algarve? Trabalhar nestes hotéis emblemáticos ensinou-me a importância de oferecer um serviço excelente, garantindo que nada falha e que cada cliente tenha uma experiência que exceda as suas expectativas. Para isso, é fundamental proporcionar uma estadia personalizada, atenta a todos os detalhes e informações que recolhemos sobre cada hóspede. Quando esta atenção se alia à eficiência e ao rigor, atinge-se o serviço de excelência, e é precisamente este processo, cultura e storytelling que tento trazer para o W Algarve.

3. Como descreve a sua filosofia de liderança e de que forma pretende aplicá-la nesta fase do hotel? A minha filosofia de liderança assenta em cinco pilares: auto-gestão, orientação, empatia e valorização, desenvolvimento de talentos e gestão de mudança. No meu dia a dia no hotel, aplico estes princípios ao regular as minhas emoções e decisões, fornecer aos colaboradores orientações consistentes e claras, partilhar feedback positivo, analisar os fatores de sucesso e lidar com possíveis resistências associadas a mudanças.

4. Liderou a abertura do W Shanghai – The Bund. Que aprendizagens de uma pré-abertura traz agora para uma unidade já em funcionamento, como o W Algarve? Quando estive no W Shanghai – The Bund, fui responsável não só pela pré-abertura do espaço, mas também pela definição do seu posicionamento enquanto hotel de luxury lifestyle. No caso do W Algarve, este posicionamento já estava definido. Por isso, o meu trabalho passa mais por consolidá-lo e acrescentar-lhe ainda mais valor e diferenciação. O W Algarve não é apenas um hotel de luxury lifestyle, mas tem experiências e ofertas excecionais, que o tornam único neste setor - tanto a nível nacional como internacional.

5. Em poucos anos, o W Algarve conquistou notoriedade no panorama da hotelaria de luxo em Portugal. Quais são os seus objetivos para consolidar e expandir esse posicionamento? Tal como referi anteriormente, para reforçar e elevar este posicionamento, apostamos na inovação e criação de experiências autênticas. Temos o objetivo de que cada hóspede fique a conhecer o que o Algarve tem de mais único, mas que também tenha uma estadia totalmente personalizada aos seus interesses e preferências.

Além disso, trabalhamos continuamente na expansão da nossa presença e acessibilidade a cada vez mais mercados. Por exemplo, recentemente estivemos presentes num evento da United Airlines para comemorar a abertura de uma nova rota Newark - Faro. Esta ligação representa um marco muito importante para o nosso hotel porque nos aproxima ainda mais do mercado da América do Norte, que é bastante relevante para nós.

6. Como enxerga o equilíbrio entre a identidade global da marca W Hotels e as particularidades culturais e turísticas da região do Algarve? A marca W é irreverente, sofisticada e cosmopolita, mas grande parte da sua essência está na capacidade de se adaptar aos contextos locais em que está presente. Aliás, é precisamente esta adaptação que permite que cada um dos seus hotéis seja tão único.

No W Algarve, acontece exatamente isto. Procuramos um equilíbrio entre a identidade global da marca e a riqueza cultural da região. A nossa linguagem, os materiais de comunicação e o posicionamento estão alinhados com a marca W, mas elementos como a nossa decoração, menus e experiências proporcionadas são inspirados na cultura algarvia e no melhor que esta região tem para oferecer. Há uma fusão perfeita entre o luxury lifestyle característico da marca e a autenticidade algarvia.

7. O setor do turismo de luxo está em constante evolução. Como é que o W Algarve pretende continuar a inovar e surpreender os seus hóspedes? Procuramos constantemente surpreender os nossos hóspedes estando atentos a todos os seus detalhes e necessidades e garantindo que, com essas informações, proporcionamos experiências altamente personalizadas. Esta abordagem faz parte do nosso ADN e filosofia "Whatever/Whenever", vivida intensamente por toda a nossa equipa. Esta filosofia foca-se em elevar a experiência de cada cliente, com pequenos gestos de personalização e um serviço que antecipa e assegura que todas as necessidades são respondidas.

8. Que papel acredita que a sua experiência internacional poderá desempenhar na atração de novos mercados para o W Algarve? Ao longo destes anos, as minhas experiências internacionais permitiram-me desenvolver uma rede de contactos sólida, que tem sido fundamental para me manter a par de novas dinâmicas e insights dos mercados.

A variedade de contextos, perspectivas e culturas com que trabalhei ajudam-me a compreender, a um nível mais profundo, as expectativas e necessidades dos vários perfis de viajantes que procuram o segmento de luxury lifestyle. Este conhecimento é essencial para determinar a melhor forma de atrair estes perfis para o hotel.

Além disso, as aprendizagens que fui adquirindo também fizeram com que se tornasse mais fácil para mim identificar futuras tendências, antecipar o que é que os mercados estratégicos procuram e garantir que o encontram no W Algarve.

9. De que forma pretende dar continuidade ao trabalho do seu antecessor, Cajetan Araújo, e que novas direções ou abordagens pensa implementar? O trabalho do Cajetan foi impressionante. Ele liderou o período de pré-abertura e abertura do W Algarve, e esteve sempre focado em trazer para o hotel o espírito e diretrizes da marca W.

Desde que assumi este cargo, em março de 2024, tenho procurado dar continuidade ao que já foi realizado, seguindo as guidelines W, mas também elevando continuamente a nossa oferta. Estou focado em garantir que nos mantemos fiéis tanto à nossa marca como ao contexto local em que nos encontramos, e ao que os nossos mercados-alvo procuram.

O W tem uma atitude muito única e queremos sempre marcar a nossa diferença no mercado, tanto a nível nacional como internacional.

10. Por fim, o que mais o entusiasma neste novo capítulo da sua carreira e quais são as suas principais metas a curto e médio prazo no W Algarve? O que mais me entusiasma nesta nova fase profissional é o enorme potencial do Algarve. As pessoas, a comida (sobretudo o peixe e o marisco), e as paisagens desta região continuam a fascinar-me. Por isso, acredito que a chegada de um W a esta zona abre portas para um enorme sucesso. E a verdade é que é o que está, aos poucos, a acontecer. Estamos a consolidar a nossa posição como uma referência no panorama nacional do turismo de luxo, mas também estamos cada vez mais presentes em canais e meios que nos aproximam do público internacional.

A curto prazo, o meu principal objetivo é reforçar o posicionamento da marca, ao desenvolver mais ofertas personalizadas que tornem as experiências no W Algarve ainda mais únicas. Já a médio prazo, pretendo fazer o W Algarve chegar a cada vez mais mercados estratégicos internacionais, consolidando o hotel como um destino de eleição de luxo em várias áreas do mundo.