A versão musical em dois atos do mais célebre filme de 1988 do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, estreada com grande sucesso na Broadway, chegou a Lisboa, sob direção de Filipe La Féria, nesta que é a sua primeira representação na União Europeia.
”Foi um enorme êxito na Broadway e agora vamos ver o Almodóvar à la Féria. É um dos melhores espetáculos da minha vida!”, assegurou pleno de entusiasmo o carismático encenador, ressaltando o elenco “de grande qualidade”, que reúne atores como Paula Sá, Carlos Quintas, Rita Ribeiro, Filipa Cardoso, Bruna Andrade, João Frizza, Filipe de Albuquerque, Élia Gonzalez, Rosa Areia, Fernando Gomes, Samuel de Albuquerque, Paulo Miguel Ferreira, Jonas Cardoso, Paula Marcelo, Paula Ribas, além de um corpo de bailarinos, dirigidos por Marco Mercier e uma orquestra dirigida pelo maestro Miguel Teixeira com direção musical de Miguel Camilo e direção de Tiago Isidro.
A grande estreia no Teatro Politeama reuniu figuras eminentes da sociedade portuguesa, inclusive o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que no final do espetáculo que aplaudiu de pé, fez questão de se deslocar aos bastidores para cumprimentar os artistas. Brincando com o título, Júlio Isidro designou a peça como um “Remédio para os nervos”.”Mulheres à beira de um ataque de nervos” é o Filipe La Feria a ultrapassar-se a si próprio. Este musical enche a alma dos espetadores. As soluções cenográficas, a simbiose multidisciplinar de video, som, luz e encenação é obra de quem sabe muito do ofício de teatro. Falar das interpretações é dizer que são todas surpreendentes e que , apenas como único destaque, a atriz e cantora Paula Sá tem aqui o primeiro momento do resto da sua vida profissional. Que desafio, corajosamente ultrapassado. Mas todos e todas revelam talentos que nos devem orgulhar mesmo em termos internacionais, nalguns casos amigas e amigos meus que vejo brilhar nos palcos há muitos anos e outros mais jovens, a desafiar o futuro. E o corpo de baile, as coreografias, a orquestra ao vivo, o guarda roupa e a mão do Filipe a tocar a obra toda. A perfeição a aproximar-se do quase impossível. Viemos para casa descontraídos, “destressesados” e sem nervos.Procurem o teatro Politeama, porque aquela companhia merece, e ali está a servir um anti-depressivo sem receita médica e sem efeitos secundários”.
O aplauso foi unânime e “Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos” é já um enorme sucesso de público com lotações esgotadas.