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Nacional
Morreu Eduardo Lourenço
Eduardo Lourenço
Redação Lux em 2 de Dezembro de 2020 às 07:22

O ensaísta, professor e filósofo morreu esta terça-feira, dia 1 de dezembro, em Lisboa, aos 97 anos.

A Presidência da Republica evocou e agradeceu a Eduardo Lourenço Eduardo Lourenço, considerado desde o início da segunda metade do século passado, o nosso mais importante ensaísta e crítico e mais destacado intelectual público.

"Tendo vivido durante décadas em França, e sendo estruturalmente francófilo, poucos foram os «estrangeirados» tão obsessivos na sua relação com os temas portugueses, com a cultura, identidade e mitologias portuguesas, com todos os seus bloqueios, mudanças e impasses.

Nunca esteve, por isso, alheado dos debates do nosso tempo, nem das vicissitudes da política. Devemos-lhe algumas das leituras mais decisivas de Pessoa, que marcam um antes e um depois, e um envolvimento, muitas vezes heterodoxo, nas questões religiosas, filosóficas e ideológicas contemporâneas, do existencialismo ao cristianismo conciliar e à Revolução.

Ninguém entre nós pensou a Europa e Portugal em conjunto, sem excecionalismos nem deslumbramentos, numa linha de fidelidade ao humanismo crítico de um dos seus mestres, Montaigne. E entre todos os intelectuais portugueses da sua envergadura, nenhum outro foi tão alheio à altivez, à autossatisfação, ao desdém intelectual, ao desinteresse pelas gerações seguintes.

Vencedor de diversos prémios, incluindo o Pessoa e o Camões, distinguido por quatro vezes com ordens nacionais, e também reconhecido no estrangeiro, o Prof. Eduardo Lourenço deu-me a honra de integrar o Conselho de Estado.

Aos seus familiares apresento as minhas sentidas condolências pela perda deste amigo, deste sábio, desta figura essencial do Portugal que vivemos", assinalou Marcelo Rebelo de Sousa.

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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