Carlos Cruz foi o convidado do podcast Levantar Poeira, da autoria de Leonor Poeiras. Durante a entrevista, o antigo apresentador falou do estado da televisão nos nossos dias. Incontornável foi a opinião do apresentador, conhecido como o “Sr. Televisão”, acerca de Cristina Ferreira.
“A Cristina Ferreira é um produto da televisão. O Goucha e a TVI fizeram a Cristina Ferreira. Depois é um problema de personalidade. Não é difícil ver que tem uma extraordinária ambição. Não sei se a ambição dela é por dinheiro, se é por fama, ou pelas duas coisas.” Afirmou, lançando: “A pergunta que faço é uma espécie de ‘1,2,3’: ‘Cristina, tenho aqui um milhão de euros, tenho aqui essas notícias todas a seu respeito e tenho aqui um lugar de mando, com poder. Qual deles rejeita?’” E é o próprio quem responde: “Acho que ela não rejeitaria nenhum, faria os possíveis por ter todos. É um fenómeno criado pelo Goucha e pela TVI e que, depois, se foi autoalimentando e crescendo. A pergunta é se há um limite para o crescimento, se há ou não saturação do produto. Como ela é uma mulher muito exuberante e gosta de alardear os seus sucessos, não sei onde é que aquilo poderá conduzir.”
O ex-diretor de programas da RTP não tem dúvidas: “Mandar e fazer equipas tem que se lhe diga e eu não sou futurologista, é um fenómeno a acompanhar, por curiosidade, mas acho que ela arrisca demasiado. Mas arrisca o que é dela.”
Carlos Cruz falou também sobre o cenário do programa “Dia de Cristina”: “Acho que, às vezes, não tem noção de certas coisas. Aquela nave espacial que construiu para o programa dela… O cenário abafava o programa todo. Vi meia hora e não consegui prestar atenção ao que estavam a fazer, ou a dizer, porque só conseguia olhar para o cenário, fazia-me lembrar o ‘Star Treck’.” E conclui: “Este contrato da Cristina, já para a SIC a fasquia estava bastante alta, e agora está a uma altura que se ela tem o azar de as coisas não correrem de acordo com os valores que recebe, e corre esse risco, não sei o que é que vai acontecer. Oxalá tenha muito sucesso, muito público, muito dinheiro…"