Eduardo Gageiro, um dos mais reconhecidos fotojornalistas portugueses, morreu na madrugada desta quarta-feira, 4 de junho, em Lisboa, aos 90 anos. A notícia foi confirmada pelo neto, Afonso Gageiro, que revelou que o fotógrafo morreu em paz, rodeado pela família, no Hospital dos Capuchos.
Natural de Sacavém, Gageiro iniciou a carreira em 1957 e tornou-se uma figura incontornável da fotografia em Portugal, com um legado que atravessa décadas. Ficou especialmente conhecido pelas imagens marcantes da Revolução do 25 de Abril, como o assalto à sede da PIDE e o encontro dos militares no Terreiro do Paço.
Ao longo da carreira, trabalhou com várias publicações nacionais e internacionais, colaborou com instituições como a Presidência da República e recebeu mais de 300 prémios, incluindo o prestigiado World Press Photo em 1975. Em 1972, durante os Jogos Olímpicos de Munique, foi o primeiro fotógrafo a captar imagens dos terroristas envolvidos no ataque à delegação israelita.
Foi também distinguido com várias condecorações nacionais e internacionais, como a Ordem do Infante D. Henrique e a Ordem de Leopoldo II, da Bélgica. Desde 2014, uma das suas fotografias integra a exposição permanente da Casa da História Europeia, em Bruxelas.
Em abril, inaugurou a sua última exposição, Pela Lente da Liberdade, na Galeria Municipal de Torres Vedras, que pode ser visitada até 13 de setembro. A mostra parte do acervo recentemente adquirido pela autarquia, preservando a memória visual de um dos grandes mestres da fotografia portuguesa.