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Nacional
Alta Costura por Filipa Guimarães: 'Uma vacina contra a desinformação'
Alta Costura na Lux por Filipa Guimarães, jornalista e escritora Foto: Carlos Ramos
Redação Lux em 7 de Janeiro de 2021 às 18:00

'Uma vacina contra a desinformação' por Filipa Guimarães

Infodemia
nome feminino
Excesso de informação sobre determinado tema, por vezes incorrecta e produzida por fontes não verificadas ou pouco fiáveis, que se propaga velozmente (ex.: infodemia de notícias falsas nas redes sociais)
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

Não foi por acaso que a palavra “infodemia”, tão usada pela Organização Mundial de Saúde, é uma das palavras do ano. Por mais erros que se tenham cometido durante o combate à pandemia da Covid-19 (que ainda vai continuar uns bons meses), continuam a circular mentiras pelas redes sociais. Logo no primeiro dia em que esta foi anunciada, fui espreitar o que se andava a dizer. Desde fotos de três mulheres com a boca de lado, até um homem com um pénis na zona do nariz (foi a farmacêutica Pfizer que criou o Viagra), começou o regabofe. Enquanto percebemos que é só piada, ainda vá que não vá. O pior é quando recebemos informações do género por grupos de supostos “médicos” ou “especialistas” no assunto. Daí que existam não só uma, mas duas batalhas pela frente: a exterminação deste vírus e o combate a esta praga que parece não ter vacina à vista. Em ambos os casos, temos (ou devemos) continuar a comportar-nos bem. Mesmo vacinadas, as pessoas não podem voltar ao “antigo” normal, como se nada fosse e desatar a reunir-se em grupos ou promover comportamentos de risco. A “vacina” para a “infodemia” passa por nós também, que não devemos acreditar em tudo o que lemos ou ouvimos por aí. Não é porque uma certa informação vem de um querido amigo que se torna menos falsa. Assim, sempre que existirem dúvidas (quem não as tem?), mais vale perder um bocado de tempo e consultarmos, nós próprios, as fontes de informação credíveis. Eu já tirei a que mais me preocupa, pelo menos até agora? Se existe já uma nova mutação, será que esta vai ser eficaz? Numa pesquisa rápida na Google News (com jornais portugueses com artigos grátis para todos), fiquei esclarecida. Todas as vacinas (foram desenvolvidas três) dão resposta ao pico existente.
Dito por palavras mais comuns, mesmo que o vírus sofra nova mutação, estas devem funcionar, pois a sua função é treinar o nosso sistema imunológico para atacar várias frentes do vírus. Temos é que colaborar com quem sabe.

(Crónica publicada na Lux 1079 de 4 de janeiro)

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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