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Nacional
Lúcia Moniz vive há vários anos na ilha Terceira: 'Estou mais próxima das minhas raízes, do mar e do verde'
Lúcia Moniz Foto: Artur Lourenço/Lux
Nair Coelho em 7 de Fevereiro de 2023 às 16:45

Foi nas cartas que Amadeo de Souza-Cardoso escrevia à mulher que Lúcia Moniz, de 46 anos, se inspirou para interpretar Laura, a irmã do pintor que marcou o modernismo português do princípio do século XX. Na antestreia de “Amadeo”, realizado por Vicente Alves do Ó, e que aconteceu no Cinema São Jorge, em Lisboa, a Lux conversou com a atriz e encenadora sobre este papel em particular e o lugar que a representação tem na sua vida profissional. Filha do músico Carlos Alberto Moniz, Lúcia Moniz diz que a paixão pela música lhe corre no sangue e, por isso, por muitos papéis que represente, nunca ficará totalmente de lado.

Lux – Como foi participar no filme “Amadeo”?
Lúcia Moniz – Participar no filme “Amadeo” fez-me aproximar mais da obra do pintor e entender a pessoa que ele foi.
Lux – Gosta de filmes de época pelo glamour que muitas vezes lhes está associado, neste caso, por ser um filme biográfico?
L.M. – Gosto muito de filmes de época que me transportam para uma realidade que não vivi, que me fazem “testemunhar” acontecimentos históricos importantes, ocorridos antes de eu nascer ou que podem ter acontecido numa parte do mundo que nunca visitei.

Lux – A que é que se agarrou para fazer a Laura, irmã de Amadeo Souza-Cardoso, e como a descreve?
L.M. – As únicas referências que consegui encontrar sobre a Laura, irmã mais velha do Amadeo, foram na correspondência entre o Amadeo e a sua mulher, Lucie. O que foi mais fascinante foi obter essas referências vindas das palavras do próprio Amadeo. Construí a personagem a partir das descrições feitas por ele, a irmã cuidadora, que incentivou e motivou o irmão a não hesitar em seguir os seus sonhos. Eram muito cúmplices. O que escolhi trazer à personagem para as cenas do filme, juntamente com o Vicente Alves do Ó, foi alguma leveza no comportamento e personalidade da Laura que fizesse uma espécie de contraponto em relação ao peso emocional e à inquietação de Amadeo.

Lux – Nos últimos anos, tem-se dedicado mais à representação. Porque surgiram oportunidades ou porque está mais apostada na sua faceta de atriz?
L.M. – O meu percurso profissional tem seguido sempre de uma forma natural. Os projetos como atriz que têm “vindo ter comigo”, ocupam o meu tempo de dedicação à preparação do trabalho sem deixar muito espaço para continuar com a música a tempo inteiro. Não desisti da música e julgo que nunca pensarei nessa hipótese... está no sangue.

Lux – Esteve na antestreia do filme “Amadeo”, em Lisboa. Vem com frequência a Lisboa e gosta de matar saudades ou está cada vez melhor na ilha Terceira, para onde se mudou há uns anos?
L.M. – Vivo na ilha Terceira, onde estou mais próxima das minhas raízes, do mar e do verde que não há em mais lado nenhum e do ar mais puro. Desloco-me a Portugal Continental, ou outro país, por motivos profissionais e, sempre que posso, aproveito para rever os amigos de quem tenho saudades. Viver na ilha trouxe-me a oportunidade de concretizar o projeto de Teatro para Jovens, juntamente com o meu irmão Paulo Quedas. É um projeto que já idealizávamos há algum tempo e, sendo lá, reforçamos o nosso objetivo numa descentralização deste tipo de atividade, proporcionando um contacto mais direto e acessível a quem vive na ilha. O projeto já existe há dois anos e com o “passar da palavra” já estendemos esta iniciativa para um grupo de adultos e também de crianças.  n

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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