Marco Paulo, que trava novamente uma luta contra o cancro, desta vez no pulmão, falou sobre o seu estado de saúde e de como estão a decorrer os tratamentos. Marco Paulo, que assistiu aos Globos de Ouro, assumiu: “Ao subir as escadas (do Coliseu) cansei-me um bocadinho.” Mas como já vem sendo habitual, mantém um estado de espírito positivo: “Sinto-me bem. O poder estar aqui já é um prémio. Com os tratamentos que faço todas as semanas, com a quimioterapia que tenho de levar… A quimio que estou a fazer é um bocadinho forte”, diz, consciente de que tem ainda um longo processo pela frente: “Entrei agora na nona sessão. As coisas estão a correr bem mas não estou curado.”
Sobre o que considera mais complicado nesta fase, Marco Paulo não hesita: “O que tem sido mais difícil nesta luta são as cinco horas que estou na cadeira a levar a quimioterapia, é muito difícil. Saio de lá extenuado. Eu que ao logo de 55 anos tive sempre milhares de pessoas à minha volta, a sorrirem e a cantar, num palco, sinto-me ali um ser humano que sofre, que está a ser tratado e tem as mesmas dores que os outros têm.”
Sobre onde vai buscar as forças Marco Paulo afirma: “Nem eu sei onde vou buscar as forças. Os primeiros dias após a quimioterapia são difíceis mas depois, conforme os dias passam, vou aguentando melhor e já não tenho os enjoos, o querer estar na cama... Mas o que hei-de fazer?”
O cantor nunca perde a consciência de que o seu exemplo poderá sempre ajudar outros que como ele travam esta luta: “Igual a mim há milhares de pessoas no país. Como sou figura pública é natural que desperte a atenção das pessoas, mas esta nunca é uma maneira de me expor, de querer ser mais importante. A minha doença pode ajudar muitas pessoas a olhar para esta situação de maneira diferente. Se eu consigo ultrapassar, eles também podem conseguir. Se com a minha situação puder contribuir para ajudar uma pessoa a ultrapassar isto, já fico bem”.