Morreu Carmen Dolores. Tinha 96 anos.

A atriz começou a carreira pela rádio, no teatro radiofónico, tendo-se tornado uma das estrelas da Emissora Nacional.

Foi também na rádio que começou a recitar poemas quando tinha apenas 14 anos.

Carmen Dolores fez locução, cinema e teatro. Foi no Teatro da Trindade que se estreou, daí que a sala principal do teatro tem, desde 2018, o seu nome.

Na década de 80 trabalhou no cinema com José Fonseca e Costa, em A Mulher do Próximo (1988) e Balada da Praia dos Cães (1987). Em 1998 foi dirigida por Diogo Infante em Jardim Zoológico de Cristal de Tennessee Williams, no Teatro Nacional.

Em televisão, vimo-la nas telenovelas Passerelle, A Banqueira do Povo e A Lenda da Garça.

Abandonou os palcos em 2005 com a peça Copenhaga, de Michael Frayn, encenada por João Lourenço.

Foi, juntamente com Raul Solnado, Manuela Maria, Armando Cortez e Octávio Clérigo, uma das fundadoras da Casa do Artista.

Em 2005, Carmen Dolores foi condecorada com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, pelo então Presidente da Repúblico, Jorge Sampaio e em 2018, foi condecorada com as insígnias de Grande-Oficial da Ordem do Mérito pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

Carmen Dolores é autora do livro de memórias Retrato inacabado (O Jornal, 1984), e co-autora, com Tito Lívio, da obra Teatro Moderno de Lisboa – 1961-1965 – Um marco na história do teatro português (Caminho, 2009) e do livro de memórias Vozes dentro de mim (Sextante Editora, 2017).