O jovem identificado como autor da agressão ao ator Adérito Lopes, ocorrida na noite de 10 de junho, falou pela primeira vez em entrevista à TVI, rejeitando qualquer ligação a movimentos de extrema-direita. Garante que estava sob efeito de álcool e que a agressão foi um “ato de impulso”.
Segundo o jovem, de 20 anos, a sua presença num almoço promovido pelo movimento neonazi Blood and Honour deveu-se apenas a um convite de um amigo, motivado pelo "bar aberto" e “copos grátis”. “Negou qualquer filiação ou simpatia por esses grupos”, afirmando: “Fui imigrante em Moçambique, tenho família lá. Não me identifico com essa ideologia.”
Relatando os acontecimentos, conta que, após um dia de consumo excessivo de álcool, passou nas imediações do teatro A Barraca, onde ouviu o que interpretou como um insulto pessoal. “Ouvi ‘filho da p***’ e, num impulso estúpido, agredi. Depois soube que era o ator”, disse, assumindo ter desferido um único soco no rosto de Adérito Lopes.
O jovem reconhece a gravidade do ato, mostra arrependimento e pede desculpa ao ator e ao teatro. Rejeita, no entanto, que tenha havido qualquer motivação ideológica: “Foi uma estupidez, não uma agressão planeada ou com intenção política.”
Admitiu ainda que, ao ser abordado pela PSP após o incidente, confessou de imediato a agressão e diz estar preparado para enfrentar eventuais consequências legais. “Não temo a justiça. Sei o que fiz, não nego, mas também quero esclarecer que não sou quem me pintam.”
A investigação segue em curso.