Com base em entrevistas, nomeadamente ao próprio André Ventura, Gustavo Sampaio apresenta uma radiografia do partido que se apropria de bandeiras da extrema-direita tradicional.
Neste livro, Gustavo Sampaio faz uma análise à forma como o populismo entra pela primeira vez em Portugal e da forma como o Chega de André Ventura se incorpora nessa estratégia política.
Para acabar de vez com as ilusões de excecionalismo e imunidade de Portugal perante o vírus do populismo que há décadas se propagava entre múltiplos países, o Chega de André Ventura entrou na Assembleia da República em 2019 e abruptamente, contra as expectativas da generalidade dos adversários, escalou até ao cume dos 50 deputados nas eleições legislativas de 2024. O que motiva este crescimento meteórico em tão pouco tempo? Que transformações está a provocar? Será a jovem democracia portuguesa capaz de resistir incólume ao teste de choque?
Em busca de respostas, ou padrões que ajudem a identificar e compreender o fenómeno, Gustavo Sampaio, jornalista e director-adjunto do Polígrafo, apresenta uma radiografia do partido que se apropria de bandeiras da extrema-direita tradicional e do líder que faz soar os alarmes no teste preditivo de autoritarismo. Com base em diversas entrevistas, nomeadamente ao próprio André Ventura - «Vamos ser francos, sem emoção ninguém ligava nenhuma ao tema da imigração» -, e ao seu antigo braço-direito, Nuno Afonso - «Todo este culto, toda esta estrutura de seita, funciona assim porque ele quer que funcione assim. Ele dizia-me: “Eu quero que as pessoas, os portugueses, se deitem a pensar em mim e acordem a pensar em mim”» -, o autor examina também os programas do partido, os discursos e a propaganda nas redes sociais.
O resultado é um livro de diagnóstico e alerta, que providencia uma análise comparativa com partidos e líderes populistas de outros países, assim como uma reflexão sobre a cultura antipolíticos que se destaca na génese deste fenómeno - uma amálgama que impede a distinção entre bons e maus, competentes e ineptos, abnegados e oportunistas, honestos e corruptos. Porque, afinal, repete-se de modo convicto até à exaustão: «Os políticos são todos iguais!
Gustavo Sampaio é jornalista e director-adjunto do Polígrafo. Trabalhou nas redacções do jornal O Independente, da revista Sábado e do Jornal Económico. Ao longo de uma década, publicou artigos em diversos órgãos de comunicação social, nomeadamente no Público, Exame, Fact Magazine (Londres), Ponto Final (Macau), entre outros. É licenciado em Jornalismo (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra), pós-graduado em Direitos Humanos (Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra) e mestrando em Ciência Política e Relações Internacionais (Universidade Católica Portuguesa). Foi locutor e realizador de programas na RUC - Rádio Universidade de Coimbra. Também é autor de vários 02 livros de investigação jornalística como Os Privilegiados (2013), Os Facilitadores (2014) e Porque Falha Portugal? (2016).