A Rede de Emergência Alimentar , lançada precisamente há um ano, permitiu dar uma resposta estruturada às carências de mais de 79 mil pessoas vítimas do impacto social da pandemia, que criou situações extremamente difíceis e de grande desespero junto das populações mais desfavorecidas.
Desenvolvida pela ENTRAJUDA, articulada nos Bancos Alimentares Contra a Fome e assente nas respostas socais existentes, foi criada com o objetivo principal de acautelar o risco de situações de rutura de apoio alimentar, de isolamento e de desespero.
Recorde-se que esse risco aumentou súbita e exponencialmente em virtude do encerramento das respostas sociais de apoio normalmente disponibilizadas e de uma redução do número de técnicos, auxiliares e voluntários que asseguravam o seu funcionamento, em virtude do confinamento e das medidas de proteção da saúde pública entretanto adotadas.
Em termos práticos, a Rede de Emergência Alimentar permitiu a inscrição das pessoas necessitadas numa plataforma informática, o seu encaminhamento para um ponto de entrega de alimentos próximo da respetiva residência e ainda mobilizar muitos voluntários que permitiram concretizar esta ajuda.
Devidamente protegidos, os voluntários realizaram, em horário e local definidos, o transporte dos produtos para os pontos de entrega ou mesmo para as residências das pessoas carenciadas mais fragilizadas, reduzindo assim o número de pessoas em circulação, mas garantindo o abastecimento e envolvendo as estruturas já existentes e canais já montados.
Além disso, vários restaurantes quiseram aderir oferecendo refeições confecionadas e, do Porto ao Algarve, foram entregues por esses mesmos voluntários mais de 30.880 refeições preparadas a famílias com carências comprovadas.
Para Isabel Jonet, Presidente da ENTRAJUDA e da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, “foi essencial, no respeito pelas recomendações das autoridades de saúde pública, estruturar uma rede de apoio que, acautelando higiene e segurança, permitisse alimentar e apoiar pessoas desfavorecidas”, realçando que “a Rede de Emergência Alimentar teve ainda a virtude de congregar e reforçar as respostas sociais, em alguns casos suscitando o aparecimento de novos apoios, e abasteceu com produtos entidades que puderam, assim, levar alimento a famílias que não conheciam a situação de pobreza na qual caíram de forma súbita”.
Para a mesma responsável, “nunca é demais realçar e agradecer a resposta fantástica e solidária de um elevado número de particulares, empresas, fundações, de Portugal e do estrangeiro, que, com os seus generosos donativos, permitiram comprar os alimentos distribuídos através da rede.”