José Mário Branco, um dos nomes maiores da canção portuguesa, morreu no dia 19 de novembro, aos 77 anos, durante a noite, após um acidente vascular cerebral.
O músico, cujo percurso vai desde a música de intervenção até ao fado, é autor dos emblemáticos álbuns “Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades” (1971), “Margem de Certa Maneira” (1973), “Ser Solidário” (1982), “A Noite” (1985), “Correspondências” (1990) e “Resistir é Vencer” (2004).
José Mário Monteiro Guedes Branco nasceu no Porto, a 25 de maio de 1942, filho de professores primários, e estudou História nas universidades de Coimbra e do Porto, apesar de nunca ter terminado o curso.
Na juventude, foi dirigente da associação católica e, mais tarde, membro do partido comunista. Foi perseguido pela PIDE, e exilou-se em França, em 1963.
Em 1974, regressou a Portugal e fundou o Grupo de Ação Cultural – Vozes na Luta!. Em 2017, foi lançado um disco duplo, “Inéditos 1967-1999”.
”Foi uma referência do período de resistência à ditadura, da revolução e pós-revolução de Abril e de uma geração que, através da sua voz, exprimiu a vontade de mudança política, económica e social. O seu desaparecimento representa uma grande perda. Era uma pessoa muito independente, muito firme nas suas convicções e muito mobilizador, por uma certa austeridade de comportamento e firmeza na luta. Foi sempre um revolucionário, um insatisfeito, desejando sempre muito mais e muito melhor”, escreveu Marcelo Rebelo de Sousa na página da Presidência.