por Tiago Salazar
CURIOSIDADES I
Que a saúde é o bem mais precioso não há dúvidas. Ora, o axioma mente sã, corpo são leva-nos a observar o que fazer para atingir a sanidade. Primeiro passo, a nutrição. Ingerir alimentos nutritivos, não processados, germinados e cozinhados com amor. Em quantidades afins do necessário à melhor performance. Consoante as necessidades. O exercício é fundamental. Basta caminhar em zonas purificadas. Correr um pouco também não é mau, sem aumentar os radicais livres e corroer as juntas. Evitar os tóxicos, sempre, incluindo os demagogos e populistas. Usar a máscara é recomendado mesmo em tempos de não pandemia. Não a mascarilha do cinismo e da hipocrisia.
O distanciamento social é igualmente benéfico para evitar os maus olhados. Aviar biltres, tanas, badanas e sacanas também contribui para o normal funcionamento do SNA. De igual modo combater toda a espécie de exploração do homem pelo homem traz alegrias às sinapses. A prática de duelos ou justas é providencial.
Ó povo que lavras o pio, usai da mesma sanha que vos faz ser bufos e recriminatórios de quem exerce os seus direitos, liberdades e garantias, opondo-se ao uso de máscara com o devido distanciamento ou tomando a pandemia por um esteio para todo o tipo de abusos e patranhas, e ide confrontar os caciques, por exemplo:
Por terem como prioridades os apoios às grandes empresas quando quem faz a base são indivíduos, a maioria pequenos empresários ou empregados liberais;
Por não criarem alternativas de trabalho digno e não precário a quem ficou privado da sua actividade ou com quebras significativas e que já vivia no arame;
Por não permitir o despejo de inquilinos fraudulentos que sob a escusa diáfana da precariedade deixam os senhorios, que sobrevivem de uma renda, agarrados ao pau (...)
LIBERDADES I
É matéria de peso. Termina onde começa a do outro. Exerço-a aqui com limites, pois há regras no jogo. Sobre máscaras é de lana-caprina o cumprir das obrigações. Se não uso cinto de segurança, cuja eficácia está demonstrada por testes de embate, sei que o principal e único responsável da minha incúria sou eu. Se andar na rua sozinho ou fitando e fintando a distância dos sapiens, ninguém me pode recriminar se o fizer de narinas ao vento. Relevante é a não discussão científica da sua eficácia, a noção de contraditório, e o imperativo categórico parlamentar de multar os liberais desobedientes. Mais relevante ainda são as mortes, negligências e abandonos à sorte das vítimas colaterais da pandemia. O diabo dos números.
(Crónica publicada na revista Lux 1072 de 16 de novembro)