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Nacional
Pote de água por Tiago Salazar: 'Bancarrotas', 'Política' e 'Amigos do Chega'
Tiago Salazar
Redação Lux em 26 de Novembro de 2020 às 10:00

por Tiago Salazar

BANCARROTAS I
Enquanto a América deve celebrar o enterro de um extremista, xenófobo, demente mental e feio como os cornos, nós por cá devemos abrir a pestana. Usar as forças vitais para exercer o protesto democrático contra temas fracturantes como: as alianças do Chega e PSD, um deles um declarado partido de extrema-direita, xenófobo e separatista; recolher obrigatório ao jeito marcial e altamente lesante de actividades laborais; apoios ao grande capital a fundo perdido na ordem dos milhões; apoios miseráveis aos pequenos empresários e assalariados atirados para a sobrevivência biscateira; despejos impedidos sine die a arrendatários oportunistas devedores, que deixam senhorios lesados na sua única fonte de receita, usurpando espaços que não lhes pertencem; despedimentos colectivos; Imprensa ao serviço do grande capital; verdades por detrás da pandemia.

POLÍTICA I
Se o bastião do Facebook é uma amostra do fervor político diante das presidenciais americanas, oxalá as próximas eleições de trazer por casa mobilizem o eleitorado.
Líderes pacifistas e arejados são necessários à realização da necessidade humana de progresso. O progresso é uma conjuntura de distribuição de riqueza material por forma a eliminar focos de miséria. Qual o espanto de haver ainda quem vote em Trumps, Bolsonaros e Venturas? O eleitorado destes pimpolhos revê-se no discurso do músculo por ter excesso de adiposidades no hipotálamo e no córtex frontal. Faz o mesmo dos que acha pupilos de Lenine, Estaline ou Trotsky, recorrendo a métodos de extermínio idênticos aos da real politik de qualquer extremista. Biden é uma lufada de temperança na super potência americana, que nos últimos anos se viu nas mãos e na popa de um sabujo, psicopata, inculto e prepotente, o espelho da sua necessidade, mas Joe é um velho anquilosado, refém da corrupção e da máquina exterminadora das oligarquias a quem deve a eleição. Li muito poucos amigos a perorar sobre a aliança açoriana, a mencionar, por exemplo, que o Chega é contra a regionalização e fomenta o separatismo. Um primor de espírito democrático.

AMIGOS DO CHEGA I
O meu comunismo atípico, porventura lírico e idealista, que preconiza saúde, educação, habitação e trabalho em igualdade de circunstâncias, por forma a não vivermos na base da exploração do homem pelo homem, é um ismo onde possamos viver numa sociedade de méritos e não de oligarquias e facínoras que usam a demagogia papista e populista como arma de dissensão. Isto não me impede de ter amigos do Chega, embora não me apeteça discutir política de bases com cheguistas ou istas acéfalos, pois vamos entornar o caldo. Não beijo a mão a nenhum camarada, nem aperto o pescoço ou chino nenhum proto-fascista só porque diz alarvidades tais como “um bom comunista é um comunista morto” ou arregimenta pretos para dar colorido ao seu trambique. Apenas digo vai pó caralho. No dia em que for pressionado a dizer amém a qualquer dogma já estarei de saída. Não há sociedades perfeitas, porque os homens não são perfeitos. Mas há homens e Homens.

(Crónica publicada na revista Lux 1073 de 23 de novembro)

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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