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Nacional
Francisco Moita Flores faz relato emocionado após enfarte
«LeYa de Porta Aberta» (Lux)
Redação Lux em 27 de Setembro de 2022 às 15:08

Francisco Moita Flores, que sofreu um enfarte do miocárdio na Feira do Livro, em Lisboa, no passado dia 11 de setembro, contou em detalhe a sua experiência numa publicação no fecabook com o título “A vida passa depressa e, por vezes regressa lentamente”. “Dei por mim, quase uma semana depois, no Hospital de Santa Marta espantado ao escutar as histórias que vivi enquanto estava morto. (...) Prometi que não daria tréguas àquele Diabo que entra traiçoeiramente pelo coração, que o agarra e quer levá-lo desta para melhor. E eu resisto. Ainda frágil, mas sabendo que existe mais caminho para andar”.

A VIDA PASSA DEPRESSA E, POR VEZES, REGRESSA LENTAMENTE.
Já passaram quinze dias. Cheguei à Feira do Livro para começar a minha sessão de autógrafos. Entrei no pavilhão da Leya, bem disposto, que esta Feira é uma Festa, cumprimentei a Francisca, construtora de livros, e…pronto! Acabou-se. Como se fosse atingido por um raio negro de uma trovoada. Sem trovão, silencioso e rápido, como se gostam de apresentar os enfartes mais assassinos.
Dei por mim, quase uma semana depois, no Hospital de Santa Marta. Espantado ao escutar as histórias que vivi enquanto estava morto.
- Saiu-lhe o Euromilhões.
- Tem de ir a Fátima por uma velinha. Esteve do lado de lá e regressou.
- Ponha umas velinhas a Santa Marta quando sair daqui.
Contaram-me que foi um rebuliço no Parque. Socorristas, médicos que estavam por perto, desataram aos sopapos à morte, espantando-a dali, arrancando-a do meu peito à bruta, mas com precisão.
Em Santa Marta, o Professor Fragata e a sua equipa, com a experiência dos sábios, cortaram, costuraram, tiraram daqui e puseram ali, e, por fim declarou:
- Está vivo!
Eu não sei se ele disse isto, mas contaram-me que o tinha dito.
Quando ganhei consciência, ainda meio pateta, fotografei a ressaca e coloquei nesta página para agradecer à multidão de amigos, enquanto prometia que não daria tréguas àquele Diabo que entra traiçoeiramente pelo coração, que o agarra e quer levá-lo desta para melhor.
Hoje publico nova foto, depois dessa refrega infernal. A coisa vai, meus amigos. A coisa vai.
Perdi o juízo por uns dias, mas não perdi a memória. Nela guardo os espantosos profissionais de Santa Marta. Formidáveis na sua humanidade e dedicação. Custa saber que esta gente, por vezes, é maltratada. São grandes demais para ofensas medíocres. Que Santa Marta os proteja para sempre!
E eu resisto. Ainda frágil, mas sabendo que existe mais caminho para andar.
O mais fraterno abraço a todos quantos se preocuparam e quiseram saber.
Bem Hajam!

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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