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Nacional
Evelise Moutinho  com Fotos Artur Lourenço em 20 de Janeiro de 2010 às 12:57
Leia a entrevista exclusiva a Nuno Markl
Aos 38 anos, Nuno Markl estreia-se como actor em «A Bela e o Paparazzo», de António-Pedro Vasconcelos, com Soraia Chaves e Marco D`Almeida.



Mas 2009 ficou também marcado pelo nascimento de Pedro, de quase 8 meses, fruto da relação com Ana Galvão, uma experiência que está a viver com enorme paixão.

Há pouco ouvi-o dizer que tinha alguma dificuldade em rir-se de si próprio...

É verdade, é muito estranho! Ver-me num ecrã enorme é um pouco assustador. Já entrei em muitos sketches, mas um filme é uma linguagem completamente diferente.

E como é que se sentiu nesse território? É que na rubrica «Caderneta de Cromos» da Rádio Comercial não se cansa de dizer que aparece só de cuecas...

(risos) Costumo dizer que tenho o guarda-roupa menos atractivo de todo o elenco. Inicialmente, senti-me nervoso mas foi uma experiência muito boa.

Na verdade, no filme faz de si próprio, certo?

Sim, e isso foi o que me valeu quando o António-Pedro Vasconcelos me telefonou. A primeira coisa que lhe disse é que não era actor. Disse ao António-Pedro que só sabia fazer de mim próprio e ele respondeu-me: «Estás completamente à vontade, se quiseres até mudamos o nome da personagem para Nuno Markl.»

Daquilo que deixa transparecer nos seus programas de rádio é que o Nuno foi sempre o desajeitado da escola, o patinho feio... E de repente, o feitiço virou-se contra o feiticeiro. Tem uma carreira consolidada enquanto humorista, uma namorada muito bonita [Ana Galvão]...

(risos) É verdade e insólito. Se, há uns anos, me dissessem que tudo isto ia acontecer, achava que era de outra dimensão. Nesse aspecto é interessante porque no filme, a minha personagem, o Tiago, é o que eu seria se tivesse continuado esse rumo.

E parece-me que, ao longo da sua adolescência, que é talvez a fase mais complicada, o Nuno foi usando o humor como uma defesa...

Completamente! Quem tem alguma predisposição para fazer comédia, acho que ela nasce sempre de uma certa insegurança, do medo de ficar sozinho, da necessidade de conquistar os outros pelo riso. Não acredito que nenhum daqueles tipos da escola super seguros, desportistas, tenha queda para o humor.

E agora acabou por contracenar com a Soraia Chaves, uma das actrizes mais sexy do cinema português. Aposto que os seus amigos se fartaram de lhe fazer perguntas...

(risos) Sim, estilo «ela despe-se, ela despe-se?» Mas isso é muito injusto, redutor, e quando virem «A Bela e o Paparazzo» vão perceber que a Soraia tem tantas nuances! Este país tem uma mentalidade muito pequena...

É uma experiência que gostaria de repetir?

N.M. ¿ Não sei... Gostei muito, mas a minha paixão é mesmo escrever. Eu não sou actor, não é a minha praia!

2009 foi um ano particularmente feliz para si: foi pai. Como está a ser esta experiência?

Tem sido maravilhoso descobrir o Pedro. Já escrevi coisas das quais me orgulho e que fizeram rir muitas pessoas. Mas a minha maior consagração foi, há uns dias, ter feito o meu filho rir às gargalhadas durante uma crise de dentes terrível quando comecei a fazer umas palhaçadas!

Ser pai sempre foi um desejo?

Sim, sempre tive muita vontade. Não estava planeado que fosse tão cedo, mas quando um filho nasce assim, sem ser pensado, como foi no meu caso e no da Ana,ele nasce de um amor puro e não de um plano, estilo: «Vê lá quando é que é a tua altura fértil?». Isto dá um outro brilho ao Pedro.

Agora com um filho, encontram ainda tempo para os dois?

Sim e, felizmente, também temos uma ama muito porreira, que nos ajuda imenso. Quando as pessoas dizem: «A criança nasceu, acabou-se a minha vida» é uma completa estupidez. Muitas vezes é apenas preguiça dessas mesmas pessoas.

2009 marcou também o regresso à Rádio Comercial? Que tal?

Está a ser muito bom. Adorei todo o meu período na Antena 3.Foi uma experiência muito boa. E a maior delas talvez tenha sido conhecer a Ana. O resto é história..
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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