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Nacional
Redação Lux  com Inês Alves | Fotos: João Cabral em 22 de Maio de 2010 às 19:07
Isabel Stilwell prepara-se para ser avó
Estreou-se no jornalismo aos 18 anos. Sempre gostou de dar notícias e de conhecer as histórias das pessoas e foi isso que a fez trocar o curso de História pelo de Comunicação Social. Integrou a redacção do Diário de Notícias, fundou a revista Pais e Filhos e passou também pela Notícias Magazine.

Actualmente, é directora do jornal Destak, tem um programa diário - «Dias do Avesso» - na Antena 1 e pertence ao painel de comentadoras do magazine semanal da RTPN «Fala com Elas». A jornalista, que se dedica às causas sociais por entender o jornalismo como uma missão, é uma mulher com uma educação e gostos requintados, mas com um fundo simples e humano. Casada há 11 anos com Luciano Patrão, é mãe de três fi lhos: Francisco, de 26 anos, Ana, de 23, e Madalena, de 19. Quase a completar meio século de vida, Isabel faz um balanço positivo. Uma vida que, embora preenchida, lhe deixa ainda espaço para algumas aventuras, por «só assim fazer sentido».

Lux - Como é que é a sua relação com os seus filhos?

Isabel Stiwell - Sinto que eles são muito próximos de mim. Eu tenho uma vida própria e cheia com o meu trabalho e acho que às vezes as mães culpabilizam-se muito, mas nesse aspecto nós somos a prova de que os pais terem uma vida própria permite que os filhos cresçam autónomos e com a noção de que também têm de preencher a vida deles com coisas com significado. Acho que os pais, sobretudo as mães, que se dedicam exclusivamente aos filhos terão dificuldade em não ser demasiado sufocantes e sentirão um vazio imenso quando os filhos começarem a ter vida própria e saírem de casa.

Lux - A Isabel não sente esse vazio?

I.S. - Não, não me custa nada. Preciso muito de saber onde estão e que estão bem. As sms são uma grande invenção¿ (risos). Quando estão mal, eu também estou mal, mas não preciso de os ter fisicamente ao meu lado o tempo todo. Sou uma mãe preocupada, mas não preciso da vida deles. Eu acho que a distância geracional entre pais e filhos é importante e não me choca nada nem me sinto minimamente ciumenta ou posta de parte quando preferem confidenciar algo aos melhores amigos do que à mãe. Nós somos a retaguarda para aqueles momentos mais angustiantes, e aí os meus filhos têm grande abertura.

Lux - A Isabel tem sete irmãos. Foi fácil crescer numa família tão numerosa?

I.S. - Foi óptimo! É das melhores coisas que podem existir. Fazem-se alianças, é uma pequena sociedade. Quando somos um entre muitos, temos de afinar muito cedo a capacidade de negociação, entre outros hábitos. Eu, por exemplo, digo que falo muito e depressa porque tinha janelas de oportunidade muito pequenas para falar.

Lux - Em breve a família voltará a crescer¿ Está ansiosa pela chegada das gémeas?

I.S. - Estou, muito. Por enquanto a minha grande preocupação é a Ana, ela estar bem e eu poder ajudá-la nesta fase de mudança na sua vida. Fui buscar os meus diários de gravidez e dei-lhos para ela ler. A ideia de ter gémeas, e ainda por cima idênticas, foi uma surpresa muito grande. Quero muito ser avó. Adoro jardinar e no outro dia peguei numas pás pequenas e pensei que em breve elas estariam ao meu lado, a ajudar-me nessa tarefa.

Lux - É uma mãe presente mas que não interfere. Que tipo de avó quer ser?

I.S. - Quero ser uma avó que ajuda a minha fi lha a ser melhor mãe. Sobretudo isso. A outra parte ainda vou descobrir, mas quero imenso sentá-las ao colo e ler-lhes livros, porque eu adoro ler alto e os meus filhos já não deixam, só quando estão doentes (risos).

Lux - Está quase a fazer 50 anos. O que é que ainda não fez e gostaria de concretizar?

I.S. - Acho que, basicamente, o que quero ganhar com os anos, e acho que tenho ganho, é um equilíbrio emocional que me permita distinguir o importante do acessório.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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