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Nacional
Portuguesa participa no festival de arte vídeo de Nova Iorque
Lux
Redação Lux em 19 de Maio de 2013 às 10:05
A artista portuguesa Beatriz Albuquerque participa no Festival de Vídeo-Arte Latina de Nova Iorque, que encerra hoje, com um trabalho vídeo sobre o pintor Piet Mondrian.

O trabalho foi mostrado uma primeira vez na quinta-feira à noite, no auditório do Centro Rei de Espanha Juan Carlos, na Universidade de Nova Iorque, para uma plateia de cerca de 70 pessoas, que esgotou o espaço.

A artista disse à Lusa que o trabalho "resulta de um longo período de pesquisa", que é transformado num vídeo de três minutos, ao longo dos quais faz "uma desconstrução dos quadros do pintor, recorrendo a textos e propondo ligações entre várias" pinturas, seja através das palavras, escritas pela autora, quer através de elementos gráficos das obras.

"Desconstruo a obra de Mondrian, assim como repenso a sua dinâmica e co-relação, co-variação, causualidade, limitações e influências. Tudo isto acontece através da manipulação de poesia concreta, num jogo de palavras como yelLOW, VERmelho, AMARelo, entre outras", explica a artista à agência Lusa.

O trabalho foi originalmente desenvolvido, em outubro do ano passado, durante uma residência de Cross Media da Macy Gallery, da Universidade de Columbia, e, na altura, era acompanhado por uma instalação.

O vídeo insere-se numa série que a artista iniciou em 2005, com a obra do pintor italiano Caravaggio, prosseguiu em 2010 com o pintor russo, de origem ucraniana, Kazimir Malevich, e irá agora continuar com o norte-americano Sol LeWitt.

"Todos estes pintores influenciaram-me, de formas diferentes, e é por isso que me interessa fazer estes trabalhos sobre eles", explica Beatriz Albuquerque.

A artista portuguesa, de 34 anos, mudou-se para os EUA em 2005, impulsionada pela entrada no Independent Performance Group, um grupo da artista de origem húngara Marina Abramovic, pioneira da arte da "performance", que encetou na década de 1970, protagonista de um vídeo que se tornou viral, no início do ano, com quem Beatriz tinha estudado na Alemanha.

Nos EUA, Beatriz Albuquerque fez um mestrado no Art Institute de Chicago, terminando agora o seu doutoramento na Universidade de Columbia.

Ao longo da carreira, Beatriz Albuquerque já recebeu o prémio Myers, da Universidade de Colômbia, e o prémio Ambient Series Performance, do Festival de Performance Edge.

Em 2011, a revista especializada Flash Art 281 indicou-a como uma das 100 artistas mais relevantes de todo o mundo, com menos de 45 anos.

O seu trabalho já foi mostrado em vários países, do Brazil à Turquia e à Colômbia.

A próxima apresentação de Beatriz Albuquerque em Portugal acontece em julho, na 17.ª Bienal de Cerveira, que este ano tem o tema "Arte: Crise e Transformação".

LUSA
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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