O programa televisivo de procura de novos talentos na música Ídolos tem uma espécie de «gémeo» na área da ciência: o FameLab. Portugal participará pela primeira vez este ano neste concurso de comunicação de ciência, que promete também um júri «implacável».

Trata-se de um concurso internacional que existe desde 2005, organizado pelo British Council e cuja final decorre no Reino Unido, explicou à Lusa o director de Projectos no Ciência Viva, Carlos Catalão.

Este ano, a final está agendada para Junho, no decorrer do Festival de Ciências de Cheltenham, organizado pelo jornal The Times.

Em Portugal haverá uma primeira triagem das inscrições através de vídeos enviados para o site da Ciência Viva até 31 de Março. Também há já um grupo constituído na Internet, na rede social Facebook.

Os seleccionados nesta primeira triagem terão depois de fazer uma apresentação de três minutos sobre um tópico científico em frente a um júri, sem qualquer tipo de apoio.



«Têm de ser eles mesmos: carismáticos, claros, informativos e rigorosos», segundo o responsável do Ciência Viva. O vencedor da final nacional, escolhido perante uma audiência de público, irá representar o país no Reino Unido.

Neste momento estão a ser feitos os contactos para constituir o painel de avaliadores, que prometem ser «rigorosos».

«O júri será constituído por pessoas de referência quer do ponto de vista da comunicação científica em Portugal, quer do ponto de vista do jornalismo científico e dos media, e será implacável do ponto de vista do rigor científico», garante Carlos Catalão.

Baseando-se no «entusiasmo pela ciência» demonstrado pelas comunidades educativa e científica, o responsável acredita que a «adesão vai ser bastante grande».

Noutros países, a competição tem sido disputada por professores, cientistas ou estudantes, que escolhem os tópicos.

Em 2009, o júri da final assistiu, entre outras coisas, a uma apresentação sobre selecção sexual, em que os concorrentes cantavam uma adaptação de um êxito musical dos Bloodhound Gang, e a uma explicação sobre a neurociência do amor e por que é que os macacos pagariam para ver fotografias dos «traseiros» das fêmeas macacas.

A título de exemplo, a organização avançou que a final nacional da Turquia, transmitida em directo na televisão, atraiu audiências na ordem dos 20 milhões de espectadores.

Lançado em Julho de 1996, o Ciência Viva tem como missão a promoção da cultura científica e tecnológica junto da população portuguesa.