O medalhado canoísta português Fernando Pimenta, atualmente com 27 anos, decidiu aderir à criopreservação das células da polpa dentária. A extração do dente foi realizada em Ponte de Lima, de onde é natural.

“O processo de extração do dente é muito simples e realizado na clínica dentária, numa ida normal ao dentista. Na verdade, espero nunca ter de recorrer às células criopreservadas, no entanto, e numa profissão com o nível de exigência que a minha profissão exige, é mais uma forma de sentir-me mais protegido”, refere Fernando Pimenta.

“O facto de as células poderem ser utilizadas por mim ou por qualquer membro da família mais direta foi outro dos fatores que pesou na decisão”, acrescenta.

A criopreservação das células da polpa dentária, realizada com base na extração dos dentes de leite ou dentes definitivos saudáveis, assume-se como uma segunda oportunidade nos casos em que não foi realizada a recolha das células estaminais na altura do parto. A criopreservação das células, que podem ajudar a tratar doenças como a diabetes e doenças cardíacas, fica disponível para utilização durante um período de 25 anos. Além disso, estas células poderão ainda ser utilizadas na intervenção em doenças do foro neurológico, e como coadjuvantes num processo de transplante ao diminuir a reação de rejeição ao enxerto.

A extração da polpa do dente é um processo não invasivo e pode ser realizado naturalmente ou durante o período de troca dos dentes da criança - entre os 5 e 12 anos - ou no momento da extração de um dente do siso. Estas células estão protegidas pela estrutura dos dentes, de todas as formas de stress e a sua recolha não tem implicações éticas, uma vez que o destino dos dentes seria o lixo. Por serem multipotentes e imunotolerantes, podem ser utilizadas no doador ou em outros membros da sua família direta como irmãos, pais e avós.

O tratamento com as células estaminais é realizado sem recurso a qualquer cirurgia: as células são introduzidas  no indivíduo que receberá o tratamento apenas por meio de uma injeção (o número de injeções e a periodicidade das mesmas é determinada pela equipa médica). As células criopreservadas ficam disponíveis para utilizações imediata durante um período de 25 anos após a sua criopreservação, um serviço disponibilizado pela Future Health Biobank em Portugal.