Este ano, celebra-se o centenário das aparições de Fátima e a TVI, com base no livro “Jacinta”, de Manuel Arouca, deu vida à história da mais nova dos três pastorinhos.

Na antestreia do filme com o mesmo nome, que aconteceu nos cinemas do CC Colombo, os atores juntaram-se e revelaram o quão especial foi participar neste projeto.

“Conhecia a história, mas nunca lhe dei o devido valor, até fazer o filme, e ao vê-lo confesso que fiquei bastante ambivalente. Será que aconteceu, será que não aconteceu? E três crianças afirmarem até à morte que sim, que viram, diz muita coisa. Para mim, foi muito comovente, foi mágico e espiritual”, disse Paula Lobo Antunes, que deu vida à enfermeira Aurora, que tomou conta de Jacinta, quando veio para Lisboa muito doente com gripe espanhola.

Educada na religião católica, a atriz, que esteve no evento com o marido, diz:

“Há certas peças no puzzle que não encaixam para mim, e daí as minhas dúvidas. Se pudesse juntar todas as religiões numa era um bocado o que eu seria.” 

Também António Pedro Cerdeira falou de “Jacinta”, baseado nos acontecimentos de 1917.

“A Matilde tem uma capacidade que poucos atores mais velhos têm. Ela empresta uma grande credibilidade à personagem”, disse o ator sobre o trabalho de Matilde Serrão, de 9 anos, que dá vida a Jacinta. “Não posso dizer que me tornei um crente, mas fiquei com um respeito diferente. Tenho as minhas dúvidas, o meu ceticismo... Há uma ideia de sofrimento implícita que me irrita um bocadinho. O catolicismo não tem de ser isso.”