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Nacional
Vanessa Bento em 3 de Abril de 2011 às 19:01
António Lobo Antunes recebe doutoramento Honoris Causa sob o olhar atento da família
Foi revestido de um simbolismo ainda maior que António Lobo Antunes recebeu o doutoramento Honoris Causa, pela Universidade de Lisboa, no passado dia 21. Num discurso sentido, o escritor explicou porquê.

«Faz hoje precisamente quatro anos que os médicos descobriram que eu tinha uma doença maçadora», disse, referindo-se ao cancro no intestino a que foi operado em 2007. Apesar da má memória, António Lobo Antunes não escondeu a alegria desta distinção, atribuída pela universidade que o acolheu enquanto estudante e que agora celebra 100 anos de existência.

«O meu sonho está ligado há 100 anos a esta universidade. O meu bisavô foi professor aqui, o meu tio-avô foi professor cá, o meu pai também foi professor cá e o meu irmão é professor nesta universidade.

E agradeço ao magnífico reitor o facto de ter colocado de alguma maneira o meu nome junto destes quatro nomes», sublinhou.

Aos 68 anos, António Lobo Antunes é considerado um dos melhores escritores portugueses da atualidade, tendo por isso recebido a medalha com as armas da Universidade de Lisboa e um diploma que sustenta o seu novo título de doutorado. Aplaudido por uma plateia onde se encontravam a família e muitos amigos, o escritor revelou que, passados estes anos, continua a negociar o seu tempo de escrita com a morte porque, afinal, tudo o que sempre quis fazer na vida foi escrever.

«Desde os 7 ou 8 anos que tinha a convicção profunda de que era um génio absoluto e de que ia mudar a literatura. Mais ninguém via isso e eu espantava-me. Escrever era a única coisa que me interessava», confessou António Lobo Antunes.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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