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Nacional
Manuel António Pina homenageado um ano após a sua morte
Manuel António Pina (Wikipedia)
Redação Lux em 19 de Outubro de 2013 às 09:29
A entrega do diploma do Prémio Camões à família de Manuel António Pina, dois anos após a atribuição do galardão ao escritor, conta-se entre as homenagens que se realizam hoje, no Porto, um ano após a morte do poeta.

As iniciativas têm início na Igreja das Carmelitas, às 12:30, prosseguindo depois na Cooperativa Árvore, a partir das 16:00, e mobilizam outros escritores, além de familiares e amigos do autor de «Como se desenha uma casa».

O diploma do Prémio Camões, outorgado por Dilma Rousseff, Presidente da República Federativa do Brasil, e pelo Presidente da República Portuguesa, Cavaco Silva, vai ser entregue a Maria de Fátima Pina, viúva do escritor, pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, na sessão da Árvore, às 16:00.

Esta sessão conta ainda com intervenções das autoras Inês Fonseca Santos e Sara Reis da Silva, assim como do presidente da cooperativa.

Antes, às 12:30, o coro infantil Os Gambozinos, da maestrina Susana Ralha, vai interpretar canções com poemas para crianças de Manuel António Pina, numa missa conduzida por Januário Torgal Ferreira, na Igreja das Carmelitas.

O autor de «Le noir» foi também um dos mais produtivos escritores de literatura infantil, somando histórias como «O país das pessoas de pernas para o ar», «O têpluquê», «O meu rio é de ouro», «Histórias que me contaste tu» e «O Livro de desmatemática».

Às 18:00, também na Árvore, Valter Hugo Mãe vai apresentar o álbum de homenagem «Algum passado, algum presente», com desenhos de Agostinho Santos e testemunhos de Álvaro Magalhães, Arnaldo Saraiva, Artur Costa, Eduarda Chiote, Germano Silva, Ilda Figueiredo, Luís Humberto Marcos, Miguel Miranda, Rui Branco, Rui Lage, Sara Pina, filha do escritor, e Sérgio Almeida.

Manuel António Pina nasceu a 18 de novembro de 1943, no Sabugal. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, exerceu advocacia, antes de se dedicar à carreira de jornalista, sobretudo no Jornal de Notícias, a partir dos anos de 1970.

Na literatura destacou-se com obras como «Aquele que quer morrer» ou «Nenhum Sítio», às quais se seguiram, entre outros, «Um sítio onde pousar a cabeça», «Algo parecido com isto da mesma substância», «Cuidados intensivos», «Nenhuma palavra e nenhuma lembrança», «Os livros», «Como se Desenha uma Casa» ou a ficção de «Os papéis de K.».

A primeira edição da «Poesia reunida» foi lançada em 2001, pela Assírio & Alvim que, em 2012, publicou «Todas as palavras», integral do trabalho poético do escritor, de 1974 a 2011. Este ano, a editora coligiu textos para a imprensa no volume «Crónica, saudade da literatura».

Manuel António Pina foi distinguido ao longo de toda a carreira literária, destacando-se, entre outras distinções, o Prémio Literário da Casa da Imprensa, em 1978, o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens, em 1988, a menção do Prémio Europeu Pier Paolo Vergerio da Universidade de Pádua e o Prémio do Centro Português de Teatro para a Infância e Juventude, pelo conjunto da obra.

Recebeu ainda o Prémio Nacional de Crónica do Clube de Jornalistas, em 1993, o Prémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários, em 2001, o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, em 2005.

A título póstumo foi galardoado com o Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes, pela obra «Como se desenha uma casa», e com o Prémio Especial da Crítica dos Prémios Ler/Booktailors 2012, por «Todas as palavras».

O Prémio Camões, o mais importante para a língua portuguesa, foi-lhe atribuído em 2011, não tendo chegado a recebê-lo, em mãos.

Manuel António Pina morreu há um ano, a 19 de outubro de 2012.

Lusa
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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