A viver em Portugal há dois anos, Henri Pagnoncelli recebe aplausos como encenador da premiada peça “Os Impagáveis”, com texto da mulher, a autora Teresa Frota
“Nossa relação é bastante sólida para ser abalada pelo confinamento. É uma relação baseada no respeito, amor, tesão, arte e humor ... e humor”
Henri Pagnocelli não tem dúvidas que fez a escolha certa ao mudar-se para do Brasil para Portugal, do Rio de Janeiro para Lisboa, em junho de 2018. A “segurança, a educação e a gentileza dos portugueses” são razões que destaca, cimentadas pela beleza da cidade e do pais, a que tanto o ator como a mulher, Teresa Frota (casados há 33 anos!), se encontram totalmente rendidos e fazem vida de local num bairro típico de lisboa, onde acordam a ouvir galos e passarinhos. A chegada do novo coronavírus veio ainda mais reforçar essa convicção.
Médico de formação, Pagnocelli acompanhou de perto a epidemia de meningite no Brasil nos anos 70 reconhecendo bem por isso as situações de crise de saúde pública. “Acredito ser o lugar certo para estar nesta pandemia”, evidencia lamentando o seu Brasil atual que “ao contrário de Portugal, caminha para trás cada vez mais rápido. A cultura, educação e saúde, pilares de uma civilização, não têm qualquer importância para o atual governo e seus seguidores”.
Em Portugal, preparava-se para a estreia de “Os Impagáveis no dia 12 de Março, no exato dia em que a DGS mandou fechar os teatros. A comédia musical, cujo texto é da autoria da mulher, Teresa Frota, é passada nos loucos anos 20 e ganhou, no Brasil, 7 dos 14 prêmios para os quais foi indicada, incluindo o Prêmio MEC – Troféu Mambembe (Ministério da Educação e Cultura), de Melhor Espetáculo, estreou no dia 12 de junho no Teatro Independente de Oeiras, onde se mantém firme, aplaudida e segura (cumprindo todas as recomendações da DGS) em cena até ao próximo dia 1 de agosto.
Entrevista exclusiva na edição em papel da revista Lux 1057