A maior comitiva de jornalistas estrangeiros presentes numa edição do Portugal Fashion destaca a importância do espaço Bloom, dedicado aos jovens criadores, e acredita no potencial da moda portuguesa, destacando Felipe Oliveira Baptista como rosto da internacionalização do setor.
Esta é a maior comitiva de sempre de imprensa estrangeira recebida pelo Portugal Fashion, composta por 50 jornalistas e que representa, segundo a organização, a aposta em «reforçar a atenção mediática internacional sobre o evento, os seus participantes e a moda portuguesa em geral».
A agência Lusa falou com alguns destes rostos além-fronteiras, habituados às principais passerelles internacionais e que trabalham em algumas das referências mundiais em termos de imprensa especializada em moda.
Atualmente a viver em Paris e a trabalhar para a WAD Magazine, JeanPaul Paula, de 27 anos, está pela primeira vez em Portugal e ficou agradavelmente surpreendido com as propostas do Espaço Bloom.
«Os jovens criadores do Bloom têm uma visão fresca e necessária sobre moda, o que é fundamental. Estava com medo, mas foi muito motivador. A mudança é o futuro», disse.
Para JeanPaul, o Portugal Fashion dá o exemplo ao «mostrar ao mundo que há espaço para jovens emergentes», considerando que «a moda em Portugal tem potencial e um caminho para fazer».
«Felipe Oliveira Baptista é muito conhecido e muito famoso e um dos mais talentosos designers no mundo atualmente. O que ele tem feito mostra que a moda em Portugal tem muito potencial», defendeu, desvendando à agência Lusa que hoje, no dia desfile do criador, vai usar uma das suas peças desenvolvidas para a Lacoste.
Lamentando que «a moda portuguesa não tenha ainda um nome internacional», o crítico explica que este setor, em termos europeus, é baseado em três cidades principais - Milão, Londres e Paris ¿, tendo «a comunicação social um papel fundamental na afirmação internacional».
Vinda da Argentina, e também pela primeira vez em Portugal, Noel Falken, de 35 anos, trabalha para a Revista Luz, é professora universitária de moda e escreve o blog tanmodernos.com.
«Eu conheço porque trabalho no meio, mas o público argentino, de forma mais massiva, não conhece quase nada da moda portuguesa à exceção de alguns designers como Felipe Oliveira Baptista, que pelo seu percurso é o mais reconhecido», disse à Lusa.
Noel também destacou as propostas apresentadas pelos jovens do espaço Bloom.
«Para nós, que vimos de tão longe, o mais interessante é ver coisas novas e não tanto o mais comercial. Se não mostrarem as propostas dos novos criadores, não tem muita razão de ser», considerou.
A argentina ficou impressionada pela qualidade na confeção dos trabalhos dos jovens talentos e pelo profissionalismo dos mesmos, com os detalhes bem cuidados, explicando que a criação emergente, muitas vezes, não é acompanhada pela costura.
«Convidar a imprensa internacional para este tipo de eventos dá-nos a possibilidade de ver e divulgar nos nossos meios, e isso é muito importante», declarou.
Pela quarta vez no Portugal Fashion, o espanhol Pedro Zozaga, de 40 anos, que trabalha para a Elle, destaca o facto de o evento ter conseguido o equilíbrio «entre comercial e as novas tendências».
«Eu gosto mais do Portugal Fashion do que de a semana de moda em Espanha, porque aqui o nível é mais homogéneo», confessou, destacando o desfile, no primeiro dia, em Lisboa, da dupla Alves/Gonçalves.
LUSA