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Nacional
Com nova data para a leitura do acórdão, Carlos Cruz vê o seu destino mais uma vez adiado
Carlos Cruz (Lux)
Redação Lux  com Vanessa Bento em 8 de Agosto de 2010 às 12:20
Sempre afirmou ser um homem de palavra e de valores enraizados, transmitidos pelos pais.

Tudo aquilo em que acreditava, porém, ruiu há sete anos, desde que foi acusado de pedofi lia. Hoje Carlos Cruz tem 68 anos e uma vontade tremenda de provar a sua inocência neste processo. No entanto, esta batalha roubou-lhe muitos momentos que jamais se repetirão.

«Não há nada que consiga repor as emoções que eu não vivi e que consiga apagar as comoções por que passei. Uma coisa que não perdoo é não ter visto os primeiros passos da minha filha Mariana, as primeiras palavras. Vê-la crescer

durante dois anos... Eu fui preso, ela tinha 10 meses e quando eu saí, ela tinha 2 anos. Não há ressarcimento possível disso», sublinhou, emocionado, no programa «Alta Definição», da SIC.

Consciente das consequências pessoais e profissionais deste

processo, Carlos Cruz assume que durante algum tempo a ideia

de suicídio esteve bem presente na sua cabeça. Porém, a filha mais nova do apresentador foi o motivo principal que o impediu de o fazer.

«Depois de o processo ter começado, houve ali uma fase em que isso pairou no meu pensamento. Quando pensava no sofrimento da minha família, pensava que se eu desaparecesse, eles, dali a um ano talvez, ficariam com uma

vida normal. A vida habitua-nos a tudo... Mas depois pensava

muito na minha filha Mariana, que era bebé, e aí arrepiava-me. A minha família e o facto de ter de lutar pela minha inocência deram-me forças para não deixar que a ideia se enraizasse», confessou.

Embora considere que hoje em dia é «uma pessoa mais ácida», Carlos Cruz continua a ter na família o seu porto de abrigo. Na realidade, o apoio incondicional de Raquel Cruz foi fundamental nos dias em que esteve preso.

«Todas as visitas se passaram num ambiente de muito amor e muito afeto. A minha mulher levava-me comida feita em casa,

em tupperwares que eu aquecia no ventilador da televisão e que tapava com um cobertor. Eram uns mimos bons que ela me

fazia», recordou.

Amargurado com o rumo que a sua vida tomou, o «Sr. Televisão» lamenta que o futuro, atualmente, seja algo bastante incerto.

«Neste momento não tenho condições para dar à minha filha a vida que sonhei para ela. Não sei o que o futuro me reserva, mas espero vir a reconquistar alguma capacidade para lhe dar o mínimo de preparação para a vida», referiu.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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