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Nacional
Redação Lux em 2 de Julho de 2014 às 18:27
Panteão: Discrição e silêncio pautaram início da cerimónia de trasladação
A discrição e o silêncio pautaram hoje o início da cerimónia de trasladação dos restos mortais da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen, que saiu às 16:30 do Cemitério de Carnide para a Capela do Rato, em Lisboa.

Eram 16:10 quando um pelotão composto por 23 elementos da GNR se perfilava, em veículos motorizados, à entrada do cemitério para acompanhar o cortejo fúnebre da poetisa.

Pouco depois, a urna com os restos mortais de Sophia de Mello Breyner Andresen, coberta pela bandeira portuguesa, entrava no carro fúnebre, que a levará ao Panteão Nacional.

Eram cerca de 16:20 quando as primeiras motas da guarda de honra da GNR saíram do Cemitério de Carnide. Pouco depois saía uma viatura onde seguia o secretário-geral da Assembleia da República, Albino de Azevedo Soares.

Às 16:30, o carro funerário com os restos de Sophia, onde também figurava uma pequena bandeira portuguesa, abandonou o cemitério.

Seguiam-se dois veículos com familiares da autora, entre as quais Maria Andresen, professora universitária e especialista na obra da mãe.

Sem declarações à imprensa, flores ou a presença de personalidades da vida portuguesa ¿ exceto a vereadora da Cultura da Câmara de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, e membros do protocolo da Assembleia da República -, os restos mortais de Sophia de Mello Breyner abandonaram Carnide, num percurso que será feito junto ao rio, até ao Panteão Nacional, monumento que não fica distante da casa na colina da Graça, onde viveu a poetisa.

Sophia de Mello Breyner Andresen é a segunda mulher a ter honras de Panteão Nacional, como forma de homenagear «a escritora universal, a mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne», e de evocar o seu exemplo de «fidelidade aos valores da liberdade e da justiça», conforme se lê no projeto de resolução da Assembleia da República.

O parlamento aprovou por unanimidade, no passado dia 20 de fevereiro, a concessão de honras de Panteão Nacional à escritora, que foi também deputada à Assembleia Constituinte, em 1975-1976, realizando-se a trasladação hoje, quando se completa uma década sobre a sua morte.

Falecida aos 84 anos, Sophia de Mello Breyner Andresen foi autora de vários livros de poesia, entre os quais «O Nome das Coisas» e «Coral», de obras de ensaio, designadamente «O Nu na Antiguidade Clássica», contos, como «Histórias da Terra e do Mar», ficção infantil, como «A Fada Oriana», «A Menina do Mar» e «Noite de Natal», e também teatro, «O Colar», tendo traduzido vários autores, como Dante e William Shakespeare.

Lusa
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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