A Campanha “Contraceção sem Tabus”, de âmbito nacional, promove ações de sensibilização junto da população e dos alunos do ensino secundário. Esta iniciativa visa informar e incentivar os jovens, as mulheres e os casais a fazerem escolhas seguras sobre contraceção.
Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), intitulado “O Estado da População Mundial 2022”, cerca de 50% das gravidezes no mundo não são planeadas. São 121 milhões de mulheres e adolescentes que engravidam sem querer. Vários são os fatores relacionados com as gestações não planeadas: pobreza, níveis de escolaridade baixos, exposição à violência ou ausência da utilização de métodos contracetivos.
“A maioria das mulheres e casais que tenciona evitar uma gravidez não utiliza os métodos contracetivos mais adequados e seguros. Isso deve-se, muitas vezes, à falta de informação, e é nesse sentido que nós, farmacêuticos, somos chamados a intervir. Enquanto profissionais de saúde, sensibilizamos os utentes, incluindo as camadas mais jovens, para esta problemática, educando e apresentando soluções.
Os farmacêuticos são agentes de saúde pública e os profissionais a quem as pessoas recorrem primeiramente quando têm um problema de saúde ou dúvidas com os seus medicamentos. Também na área da contraceção, as mulheres recorrem às farmácias em situações de sexo desprotegido, por isso assumimos um papel preponderante na área da educação sexual”, explica Ana Sofia Ramos, farmacêutica e responsável por esta campanha nas Farmácias Holon.
A Campanha “Contraceção sem Tabus” tem também uma forte componente educativa dirigida aos jovens adolescentes nas escolas secundárias, tendo em vista a melhoria da saúde sexual e reprodutiva dos jovens, contribuindo quer com a difusão de informação baseada em evidência, quer com o aconselhamento/monitorização da correta utilização dos métodos contracetivos.
“Os adolescentes, por não estarem informados, estão mais predispostos a apreender e disseminar informações inadequadas e preconceitos que, somados à negação do risco de engravidar devido a um pensamento “mágico” característico da adolescência e da sua imaturidade psicoemocional, contribuem para que as experiências sexuais possam vir a ter riscos acrescidos, tanto a nível pessoal, como de Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) e problemas na gravidez.
A precariedade dos conhecimentos sobre sexualidade, associada à precocidade do início da atividade sexual cada vez mais frequente, ao maior número de parceiros, à desresponsabilização e ao uso inadequado e negligência no uso de contraceção, ligada ainda à ausência de consultas de planeamento familiar, contribuem para um maior risco de gravidez na adolescência”, conclui a Ana Sofia Ramos.
Esta campanha tem como objetivo mostrar que a escolha do método contracetivo mais adequado para cada adolescente, mulher ou casal depende das suas preferências e estilo de vida, mas que é imperativo o aconselhamento e a recomendação médica, para que seja o mais adequado possível a cada condição clínica. O farmacêutico, enquanto profissional de proximidade, poderá esclarecer todas as dúvidas relacionadas com a utilização dos métodos no momento da dispensa, a nível de segurança, eficácia, efeitos secundários ou reversibilidade de cada um.