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Saude
A Geração Z e a estética por Dr Vítor Figueiredo
Dr. Vítor Figueiredo
Redação Lux em 28 de Janeiro de 2025 às 11:17

A cirurgia e a medicina estética, tradicionalmente dirigidas a indivíduos em busca de reverter os sinais de envelhecimento, tem ganho cada vez mais adeptos em pessoas com menos de trinta anos, a denominada geração Z. Esta realidade vem acompanhada de uma enorme exigência clínica no sentido de os médicos conseguirem dominar novas técnicas, mais modernas e sofisticadas. Isto, tendo em vista tornar o processo de envelhecimento mais lento e ao mesmo tempo melhorar aspetos da face que deixam estes jovens desconfortáveis.

Esta população sabe bem o que é a beleza e é determinada, quando pretende alcançar algo. Ao mesmo tempo é exigente quando o que conta é ter uma aparência impecável! Tem acesso a muita informação e inspiram-se em influenciadores, amigos e familiares que, ao compartilharem as suas próprias experiências, acabam por normalizar e criar fascínio relativamente à medicina estética. São um agradável desafio na nossa prática diária.

Para a geração Z, os procedimentos estéticos são vistos como uma forma de melhorar a autoestima e aumentar a confiança e tornaram-se tão comuns que são vistos como parte de uma rotina de autocuidado. Tal e qual como frequentar o ginásio ou ter uma alimentação equilibrada. E isto não tem nenhum problema. Entre os procedimentos mais procurados destacam-se:

  • Melhoria dos lábios para obter mais sensualidade
  • Toxina botulínica para controlar as linhas de expressão
  • Harmonização facial para equilibrar os segmentos faciais através da definição da mandíbula, da projeção do mento, do realce dos malares ou ainda da correção do perfil do nariz bem como para melhorar as olheiras
  • Peelings e lasers para uniformizar e dar qualidade à pele e tratar acne, «manchas» e cicatrizes
  • Exossomas e PDRN no âmbito da moderna medicina regeneraria
  • Mesoterapia capilar

Tais procedimentos médicos oferecerem benefícios visíveis e relativamente rápidos e acabam por dar resposta a quem não tempo a perder, quando o que é decisivo é estar bem!

Contudo, basta «Googlar» para encontrar uma lista interminável de efeitos secundários relacionados com estes procedimentos. E a literatura médica está igualmente repleta de artigos científicos preocupantes relatando aumento significativo de problemas associados a más práticas clínicas nesta área. Além disso, a realização repetitiva de tratamentos pode levar a um efeito cumulativo e acabar por «criar» pessoas sem naturalidade e sem autenticidade, se não houver cuidado.

Para evitar excessos e garantir que os procedimentos são realizados de forma correta, é necessário um profissional experiente, que atue necessariamente integrado numa equipa multidisciplinar e numa clínica certificada. As equipas médicas devem avaliar cada pessoa individualmente, considerando tanto os aspectos físicos como os psicológicos e devem recusar procedimentos que considerem desnecessários ou potencialmente prejudiciais. As técnicas de uma forma geral utilizadas na segunda década de vida não são iguais às utilizadas aos 50 ou 60 anos. Além disso, é crucial que os jovens sejam informados sobre os riscos envolvidos nas diferentes técnicas e que as suas expectativas sejam geridas de forma realista e séria.

Há uma proliferação assustadora da oferta destes serviços por locais e profissionais não qualificados e/ou sem experiência, demasiadas vezes encriptada no mundo digital e virtual. Isto desvirtua a verdadeira essência da medicina que é cuidar e estabilizar o envelhecimento, de forma segura e natural, tornando as pessoas mais felizes e completas independentemente da idade.

Dr Vitor Figueiredo

Diretor Clínico - Medicina Estética

Via do oriente, LT 8, 1º andar 1990-514 Lisboa

hello@ageless.pt

+351 911 729 990

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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