Angústia, descrença, medo - são várias as emoções sentidas quando somos confrontados com a notícia de que um familiar - ou amigo - está a vivenciar uma doença oncológica.
Sentimos o medo de perder o outro, ou de o ver sofrer, mas não vamos negar que ao vermos esta doença tão ¿próxima¿ de nós, são desencadeados receios face à nossa própria saúde.
Apesar de, atualmente, o diagnóstico de cancro representar cada vez menos uma sentença de morte (graças a rastreios precoces, evolução no diagnóstico e tratamento), a verdade que é que este bicho papão ainda é tão assustador que, até dizer o seu nome em voz alta, é difícil para muitos de nós.
Desta forma, e após um momento inicial de choque e integração da notícia, devemos parar um pouco para pensar no nosso familiar/amigo, no que ele está a sentir face ao percurso que tem que percorrer para recuperar a sua saúde, mas também como é difícil para ele ser visto no papel social de ¿o doente¿.
Se o nosso apoio durante as intervenções cirúrgicas, os tratamentos mais agressivos e os seus indesejáveis efeitos secundários é importante, não devemos esquecer que esta pessoa tem uma vida para além da doença. Procurar estimulá-lo para a vida social, para se divertir, para conviver, para continuar a estabelecer metas e objectivos pessoais é fundamental.
Não nos podemos esquecer que a maior arma que temos contra o cancro é a coragem para vencer os nossos medos: libertarmo-nos do medo de ir ao médico, do medo de fazer um rastreio, do medo de ouvir o diagnóstico. Tudo passa por perder o medo da palavra C-A-N-C-R-O, perder o medo de falar sobre esta doença, de a encarar de frente, aceitando que ela existe. Aceitando também que a atitude de todos nós é um fator de cura. Ao ganhar esta coragem vou também adquirir a capacidade de apoiar o outro, na certeza que aquela pessoa continua a ser o nosso amigo e poderá contar connosco neste, como em qualquer outro momento da sua vida.
Psicóloga Alexandra Rosa, Fale Connosco ¿ Saúde Personalizada