No final da peça “Uma Casa Perto da Praia”, enquanto a plateia aplaudia de pé, Sofia Alves não conseguiu esconder a emoção. Ao lado de Vitor de Sousa e de Manuela Maria, a atriz volta ao teatro e a ser dirigida pelo marido. Celso Cleto leva ao palco do Auditório Municipal Eunice Muñoz, em Oeiras, a segunda de três peças escritas por si.

O encenador estreou-se como dramaturgo com “A Casa do Fim da Linha”, em 2013, e prepara já “Uma Casa Fechada”, a terceira peça da trilogia, ainda para o final deste ano. Visivelmente feliz no dia da estreia Celso Cleto não poupou elogios ao elenco: “Sinto-me bem. Correu muito bem. Já trabalhei quatro ou cinco vezes tanto a Manuela como com o Victor como com a Sofia e é muito simples trabalhar com eles, são como uma família.”

Sofia Alves não esconde o orgulho no marido: “O meu Celso é um espetáculo! (risos) A minha personagem é uma sufragista, uma mulher que luta pelos direitos das mulheres. Qualquer ator gosta de um bom texto e este é um texto surpreendente. É muito difícil escrever para teatro e o Celso tem esse condão. E é uma felicidade ainda maior a peça ter sido escrita por ele, com este papel para mim. Gostava de ser jornalista e, de alguma forma, já está (risos)”.

A atriz assume que acompanha o processo de escrita do marido: “Acompanho sempre. Apesar de haver coisas que ele não revela logo. Porque o Celso vai escrevendo, depois vai alterando... É muito difícil escrever para teatro porque tem de haver um enredo e tem de se prender o público do princípio ao fim e ele tem esse condão. Porque é, ao mesmo tempo, um homem de teatro, encenador, dramaturgo. Então, isso tudo junto facilita muito”.

Sofia assume que quando trabalha com Celso Cleto separa o encenador do marido: “Trabalho é trabalho e a vida pessoal fica de fora. Mas nós trabalhamos muito bem em conjunto, é muito simples trabalhar com o Celso. Ele sabe muito bem, como diretor, o que quer. Eu também sou uma pessoa muito disciplina”. E desabafa: “Estou muito emocionada. Para além de ser muito fã do Celso, fico nervosa a dobrar porque independentemente de querermos que corra bem, para mim é muito importante que as pessoas percebam que o Celso é um homem com uma sensibilidade especial, que lhe deem o valor que ele merece, porque é um lutador.”