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Internacional
Fiona Apple cancela digressão para ficar em casa com a cadela que está a morrer
Fiona Apple e Janet Foto: Facebook
Redação Lux em 27 de Novembro de 2012 às 10:11
A cantora Fiona Apple desiludiu e ao mesmo tempo comoveu os fãs ao cancelar os três concertos na América do Sul, que incluiam o Brasil, para ficar em casa com a cadela - Janet - que está a morrer, na sequência de um tumor.

A cantora anunciou o cancelamento através de carta manuscrita endereçada aos fãs partilhada no seu site e páginas das redes sociais.

«Desejo que todos os cães tenham alguém que os ame assim tanto...», é o titúlo da missiva. Leia aqui um excerto:

«São 18 horas de sexta-feira, estou a escrever a milhares de amigos que ainda não conheci. Escrevo para lhes pedir que mudemos os nossos planos e nos encontremos um pouquinho mais tarde. Acontece o seguinte... Tenho uma cadela, a Janet, ela está doente há já quase dois anos, com um tumor no peito, a crescer devagar. Ela tem quase 14 anos agora. Fiquei com ela quando tinha quatro meses. Eu tinha 21 na altura, oficialmente adulta, e ela era a minha criança. Ela é uma pitbull, encontrada em Echo Park, com uma corda ao pescoço e mordidas por todo o focinho e orelhas. Ela era um daqueles cães que se usam para levantar a confiança dos cães de lutas. Ela tem quase 14 anos e nunca a vi começar uma luta, morder, nem sequer rosnar, por isso percebo por que a escolheram para um papel tão horrível. Ela é uma pacifista. Janet tem sido a relação mais consistente da minha vida adulta, é um facto. Vivemos em inúmeras casas, saltamos por algumas famílias, mas fomos sempre só as duas. Ela dorme na minha cama, a sua cabeça na minha almofada, e aceitou a minha face histérica, em lágrimas, com as patas à minha volta, sempre que me partiram o coração, ou estava com auto-estima em baixo, ou perdida (...) Esteve debaixo do piano quando escrevi músicas, ladrou sempre que queria gravar alguma coisa, e esteve sempre em estúdio comigo enquanto gravámos o último álbum. (...) Ela estava habituada a que me ausentasse por algumas semanas a cada seis ou sete anos. Ela tem a Doença de Addison, o que torna as deslocações perigosas porque precisa de injeções regulares de cortisona, porque reage ao stress e à excitação (...). Apesar de tudo isto, está sempre alegre e brincalhona e só de há três anos para cá é que deixou de se comportar como um cachorrinho. É a minha melhor amiga, a minha mãe e a minha filha e quem me ensinou o que é o amor. Não posso ir à América do Sul. Não agora. (...) Sei que está a chegar o momento em que vai deixar de ser um cão e tornar-se parte de tudo (...) Não posso deixá-la agora, por favor compreendam. Se for embora agora tenho medo que ela morra sem a honra de me ter a cantar para adormecê-la(...)Por isso vou ficar em casa (...) e peço a vossa bênção. Vejo-vos por aí. Love, Fiona»

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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