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Internacional
Rita Pacheco em 11 de Julho de 2016 às 11:29
Cliff Richard fala pela primeira vez sobre as acusações de abusos sexuais: "Senti-me num buraco, sem forma de sair. Caí de joelhos, a chorar”
1/6 - Cliff Richard - Celebração do aniversário da Rainha Isabel II na Embaixada do Reino Unido 16.06. 16 Foto: Tiago Frazão/Lux
2/6 - Yolanda Soares, Kirsty Hayes e Cliff Richard - Celebração do aniversário da Rainha Isabel II na Embaixada do Reino Unido 16.06. 16 Foto: Tiago Frazão/Lux
3/6 - Cliff Richard e Yolanda Soares - Celebração do aniversário da Rainha Isabel II na Embaixada do Reino Unido 16.06. 16 Foto: Tiago Frazão/Lux
4/6 - Cliff Richard (6) - Celebração do aniversário da Rainha Isabel II na Embaixada do Reino Unido 16.06. 16 Foto: Tiago Frazão/Lux
5/6 - Cliff Richard (5) - Celebração do aniversário da Rainha Isabel II na Embaixada do Reino Unido 16.06. 16 Foto: Tiago Frazão/Lux
6/6 - Cliff Richard (3) - Celebração do aniversário da Rainha Isabel II na Embaixada do Reino Unido 16.06. 16 Foto: Tiago Frazão/Lux

No dia em que se tornou público que não vai ser indiciado por abusos sexuais, Sir Cliff Richard, de 75 anos, esteve em Lisboa, na 
residência oficial da embaixadora do Reino Unido, para celebrar o aniversário da rainha Isabel II.

A notícia colocou fim a quase dois anos de investigação que representaram um pesadelo para o cantor. As suas primeiras palavras sobre 
o assunto foram publicadas no Facebook: “Após dois anos sob investigação policial, fiquei hoje a saber que os inquéritos foram finalmente concluídos. Sempre cooperei totalmente e não consigo compreender porque é que demorou tanto tempo até se chegar a este ponto. Porém, estou obviamente feliz por as vis acusações terem finalmente chegado ao fim.”

O cantor, que se manteve em silêncio durante todo o processo, deu a primeira entrevista sobre o caso ao jornal britânico Daily Mail. Cliff estava em Portugal no dia em que soube que ia ser acusado por abusos sexuais, e estava também no nosso país quando tudo chegou ao fim. O caso remonta a 2014. Cliff Richard estava com amigos no Algarve, onde tem uma propriedade com vinhas, quando começou a ver imagens em direto das buscas na sua casa em Berkshire, Inglaterra.

“Vi aquilo ao mesmo tempo que o resto do mundo”, diz na entrevista, apontando o dedo à polícia e à BBC: “As buscas da polícia deviam ter sido sigilosas, mas a BBC estava ao lado da polícia, com as câmaras a transmitir tudo. Foi horrível! Senti como se estivesse a ver ladrões a mexer nas minhas coisas pessoais. Eles estavam no meu apartamento e eu nem sabia de que era acusado.”

Foi precisamente durante o direto da BBC que soube que as buscas estavam relacionadas com uma denúncia por abuso sexual: “Comecei a sentir um nó no estômago, foi devastador... Foi o momento mais desesperante da minha vida. Colapsei. Nunca tinha percebido o que era estar deprimido até esse momento. Senti-me num buraco, sem forma de sair. Caí de joelhos, a chorar na cozinha.”

O cantor lembra a primeira vez que foi ouvido pela polícia: “Tive a sensação de que tinha de provar a minha inocência, quando eles é que deveriam estar a mostrar provas da minha culpa.” Seguiram-se dois anos de incer­teza, que o cantor diz terem tido grande influência no seu estado mental e físico.

Mais magro, Cliff afirma que não se reconhece: “Acordo de manhã e sinto que estou a desaparecer. Olho para o espelho e há um velho do outro lado.” Fisicamente muito fragilizado, afirma que o pior foi a privação de sono. “Não durmo uma noite inteira desde que isto começou. 
No início, tomei comprimidos, mas tive medo de ficar viciado e parei.”

Apesar do alívio da sentença, continua a perguntar-se sobre o que terá levado o primeiro homem, na altura adoles­cen­te, a acusá-lo, bem como os outros dois que se seguiram: “Como é que alguém me odeia tanto ao ponto de ter feito isto comigo? Não consigo perceber.” Na entrevista, assume que está exausto do processo. No relatório da polícia, consta que a investigação foi concluída por “falta de provas suficientes”. O cantor não concorda. “Até eu, quando li, interpretei que haveria provas mas eram poucas. A verdade é que não têm uma única prova!” Agora só quer  tentar esquecer o sucedido.

 

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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