Milhares de pessoas estão hoje a manifestar-se na Nova Zelândia contra a saída da rodagem do filme «O Hobbit», de Peter Jackson, na sequência de desentendimentos entre um sindicato de atores e a Warner Brothers.
Realizador e produtor do filme, o neozelandês Peter Jackson defendeu, num comunicado, que o filme deveria ser feito no país onde a história tem origem, e alertou que a retirada da produção será devastadora para a indústria de cinema local, que envolve 2,3 milhões de dólares por ano.
Wellington, Auckland, Christchurch, Hamilton, Queenstown e Matamata são as localidades onde estava previsto decorrer parte da rodagem de «O Hobbit», cujo papel principal, Bilbo Baggins, será desempenhado pelo ator inglês Martin Freeman.
A obra, publicada em 1937, é uma préquela da trilogia de «O Senhor dos Anéis» de J.R.R. Tolkien, cujas três adaptações para cinema foram escritas e realizadas também por Peter Jackson.
Em Wellington, capital da Nova Zelândia, entre duas a três mil pessoas manifestaram-se na rua com cartazes onde escreveram «Amamos os hobbits» e de apoio ao realizador, enquanto noutras cidades do país também ocorreram manifestações, mas menos numerosas.
Os protestos foram convocados para coincidir com a chegada ao país de três executivos da Warner, que vão negociar com o governo neozelandês uma última tentativa de manter a rodagem no país.
A Warner já advertiu que está à procura de localizações alternativas na Escócia e no Canadá.
Hoje, vão reunir-se com Peter Jackson e amanhã com o primeiro-ministro neozelandês, John Key, que se comprometeu a introduzir alterações na legislaçãoo laboral para dar uma solução ao caso.
A polémica surgiu quando o sindicato de atores NZ Equity, filial neozelandeza de um sindicato australiano, pediu um boicote internacional à rodagem de «O Hobbit» quando estavam a negociar condições laborais com a Warner.
Os atores representados pelo NZ Equity não querem ser tratados como contratados locais, mas sim como empregados da produtora, o que lhes granjearia melhores condições de trabalho.
Para salvar a produção, o primeiro-ministro neozelandês indicou que está disposto a modificar as leis para esclarecer que os atores neozelandeses estão vinculados a contratadores independentes e não à Warner.
«O Hobbit» contará ainda com a participação de Richard Armitage, que encarnará Thorin Oakenshield.
A Nova Zelândia foi também cenário da trilogia cinematográfica «O Senhor dos Anéis», premiada com 17 Óscar por Hollywood.