No próximo dia 3 de maio, faz seis anos que Maddie desapareceu na Praia da Luz, no Algarve. Com quase mais um ano passado sobre o pesadelo vivido em Portugal, Kate McCann aceitou dar uma entrevista ao Daily Telegraph.

Kate McCann Confessa que a dor que sente é a mesma, mas o tempo fê-la aprender a lidar de outra forma com a situação. Católica praticante, disse sempre que teria de perceber o motivo do raptor para lhe dar o seu perdão. Hoje já não pensa assim. «É terrível viver com este vazio. Mas hoje, julgo que seria capaz de perdoar o raptor de Madelaine quaisquer que tenham sido as circunstâncias. Não sei se é porque estou mais forte ou porque não há nenhum benefício em não perdoar alguém. Não posso mudar nada e não quero ser consumida pelo ódio e pela amargura. E talvez haja alguma pena... Que género de pessoa seria capaz de fazer algo assim?»

Passados quase seis anos sobre aquele que foi um dos casos de desaparecimento mais mediáticos do mundo, Kate e o marido, Gerry McCann, continuam a celebrar os aniversários da filha - que no próximo dia 12 de maio faria 10 anos - com uma festa e presentes e, sobretudo Kate, recusa-se a mudar o quarto de Maddie, que se mantém tal como o deixou no dia em que partiram de férias, em 2007.

«Parte de mim precisa de o fazer», diz, e acrescenta: «Como não há nada que nos leve a acreditar que a Maddie não está viva, temos de continuar a procurá-la. Todos sabemos que há casos de crianças desaparecidas, até dadas como mortas, que são descobertas vivas anos, e muitas vezes décadas, depois. Aquele foi o quarto que ela deixou e que lhe seria familiar. Será difícil desmanchá-lo.»

Mais prático, Gerry, de 44 anos, sabe que, mais cedo ou mais tarde, terão de fazer algo, uma vez que os gémeos, Sean e Amelie, de 8 anos, estão a crescer. Não os prejudicar por tudo o que a família foi obrigada a viver é algo que Kate e Gerry têm sempre em mente. «Explicámos-lhes como se fosse um roubo, que a Maddie pertencia à nossa família e que alguém a levou. Também lhes dizemos que é muito raro, que não acontece todos os dias.»

Ainda assim, o medo de que algo aconteça aos gémeos tem perseguido Kate nos últimos anos. Só agora, por exemplo, ela é capaz de os deixar dentro do carro para ir pagar a conta na bomba de gasolina. «Eles costumavam protestar por os levar comigo para pagar, sabiam que era porque, como o Sean disse uma vez, «alguém o podia levar».