PUB
PUB
Internacional
Defesa de Oscar Pistorius expõe falhas na investigação policial
Oscar Pistorius em tribunal Foto: Reuters
Redação Lux em 20 de Fevereiro de 2013 às 13:21
O advogado de defesa do atleta paralímpico Oscar Pistorius, Barry Roux, apontou, esta quarta-feira, uma série de inconsistências e deficiências na investigação policial, pondo em causa a teoria de homicídio premeditado que é a base da acusação.

No contrainterrogatório ao detetive Hilton Botha, Roux afirmou que, logo após ter disparado os quatro tiros que vitimaram a sua namorada, Reeva Steenkamp, Pistorius telefonou à segurança do complexo (às 03:19) e aos serviços de emergência médica (às 03:20), desmentindo o investigador que referira, quando interrogado pelo procurador, que o arguido não tinha feito qualquer telefonema uma vez que os quatro telemóveis que estavam na casa de banho não tinham registos de chamadas.

Quando o advogado de defesa perguntou ao detetive se ele se tinha "dado ao trabalho" de procurar outros telefones na casa e confirmar os registos telefónicos da segurança e da emergência médica, este respondeu: "Não".

Outra revelação feita pelo investigador desmontada pelo advogado Barry Roux foi a de que uma testemunha (residente no condomínio) teria ouvido uma acesa discussão, seguida de tiros, gritos e mais tiros, vinda da casa de Pistorius.

Botha admitiria, quando contrainterrogado por Roux, que a testemunha vive a cerca de 600 metros da casa do atleta paralímpico e que seria muito difícil ter escutado os ruídos alegadamente feitos por Pistorius e pela namorada, em particular as alegadas discussões que antecederam o tiroteio.

Sobre "esteroides", "testosterona" e seringas encontrados no quarto do atleta pela polícia, aos quais o investigador fez referência no período da manhã, o advogado de Pistorius perguntou-lhe se ele sabe qual é o nome (ou marca) do medicamento. Botha retorquiu: "Não".

Roux esclareceu então que, ao invés de esteroides, o que a polícia encontrou foi, na verdade, um suplemento natural, com base ervanária, muito utilizado por atletas de alta competição.

Uma sessão que parecia estar, no período da manhã, a pender claramente para o campo da Procuradoria - que pretende manter Pistorius na cadeia até ao julgamento - veio a tornar-se, perto do intervalo para almoço, embaraçosa para o procurador Gerrie Nel e a sua testemunha mais importante, o detetive Hilton Botha.

De tal forma que Botha assumiu uma postura agressiva face ao advogado de defesa na parte final da sessão, o que mereceu um reparo do magistrado.

O polícia teve mesmo de admitir que, perante o que acabara de testemunhar, a descrição dos acontecimentos da fatídica noite de 14 de fevereiro, feita ontem pelo arguido, "tinha consistência".

Oscar Pistorius contou, numa declaração lida pelo advogado, que disparara quatro tiros através da porta de uma casa de banho pensando que no seu interior se encontrava um assaltante.

"Fiz o que fiz para me proteger a mim e à Reeva", disse Pistorius, que confessou que, quando ouviu ruídos oriundos da casa de banho, se sentia particularmente vulnerável por não ter as pernas prostéticas que utiliza normalmente para se movimentar.



LUSA
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Comentários

PUB
pub
PUB
Outros títulos desta secção