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Nacional
Família de Renato Seabra tenta encontrar uma explicação para a tragédia
Lux 24 de janeiro de 2011
Natália Ribeiro  com José Guinot em 30 de Janeiro de 2011 às 16:03
De voz embargada, Heleno Pereirinha quase não consegue falar acerca da tragédia que se abateu sobre a sua família. As palavras saem-lhe lentamente e ainda não tem explicações para o que terá acontecido no dia em que Renato Seabra matou Carlos Castro. A sua maior preocupação é ajudar a única irmã, Odília Pereirinha, e a sobrinha, Joana Seabra, na luta pela defesa do sobrinho, Renato Seabra.

«Desde que a minha irmã se separou, o Renato para mim era como um filho. Passávamos férias juntos quando eles ainda eram pequenos. A minha preocupação atualmente é o bem-estar dele», disse à Lux.

Em Canas de Senhorim, onde vive, a cerca de 100 km de Cantanhede, tem acompanhado como pode a batalha da irmã.

Enquanto Renato Seabra continua detido no Bellevue Hospital, a família, de origens humildes, tenta agora arranjar forma de fi nanciar a defesa do jovem manequim nos Estados Unidos, liderada pelo advogado David Touger. Valores que podem ultrapassar os cem mil euros, demasiado avultados para os bolsos da família.

Heleno Pereirinha, proprietário da ourivesaria Pereirinha, negócio que herdou do pai, que morreu há quase quatro anos, tem a angústia espelhada no rosto e não esconde a sensação de impotência que o atormenta.

«Economicamente não é nada fácil para nós financiar um processo com estas dimensões. Podemos vender alguns bens, mas não temos um grande património. Temos um andar e as nossas casas. Somos remediados, vamos vivendo. Se eu tivesse dinheiro, dava, mas somos como toda a gente: há momentos em que temos mais dinheiro e outros menos. Ouvi nas notícias falarem em cerca de 100 mil euros, mas até ao fim do processo não sabemos quanto é que vai ser preciso gastar. Se fosse aqui em Portugal, seria mais fácil e mais barato.»

Para a família, todas as ajudas são agora bem-vindas e os amigos de Renato vão abrir em breve uma conta solidária com o objetivo de angariar fundos. A milhares de quilómetros de distância do sobrinho que viu crescer, Heleno Pereirinha vive com o coração nas mãos. Não tem possibilidade de ir visitá-lo a Nova Iorque e vive atormentado com a ideia de o sobrinho ser transferido para o complexo prisional de Rikers Island, a cadeia de alta segurança do Estado de Nova Iorque.

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Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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