PUB
PUB
Nacional
Famosos reagem à morte de Bernardo Sassetti - parte II
Famosos reagem à morte de Bernardo Sassetti
Redação Lux  com AM em 11 de Maio de 2012 às 17:08
Laurinda Alves: «Bernardo, meu amigo muito querido, obrigada por tudo o que nos deste, que foi tanto e durante tantos anos. Obrigada pelo piano tocado para nós, por nós. Obrigada pela generosidade sempre, pela alegria dos momentos mais e menos musicais vividos entre amigos, pelas conversas todas, pelo entusiasmo pelas ideias de cada um, pela confiança em nós, pela originalidade do teu olhar, pelo desenho oferecido de um código de barras com música pintado com tinta da china. Obrigada pela maneira como ouvias e ensinavas a ouvir, por tudo o que aprendemos contigo, através de ti. Continuas no nosso coração até ao fim dos tempos.»

Augusto M. Seabra: «Minha querida Beatriz

Não sei exactamente quando conheci o Bernardo, mas foi antes de se tornar no Bernardo Sassetti que aprendemos a admirar. Nele e nos irmãos, como o Francisco, o actual assessor musical do Centro Cultural de Belém, conjugavam-se as duas mais importantes dinastias musicais portuguesas: os Sassetti, que tiveram uma importantíssima editora musical, e os Freitas Branco. Luís, o compositor, Pedro, o chefe de orquestra, João, o mais importante divulgador musical em Portugal. Ele era filho de Sidónio Paes e sobrinho de João Paes, que aliás foram ambos críticos musicais do PÚBLICO. O Bernardo tinha uma sólida formação musical e um inegável dom melódico e permito-me pensar que muitas vezes trouxe para a sua área de eleição, o jazz, uma herança dos Nocturnos de Chopin.O Bernardo era um músico de cumplicidade como aquelas que estabeleceu com dois outros pianistas, Mário Laginha e Pedro Burmester, mas sobretudo não posso deixar de pensar neste momento, antes do mais, na sua cumplicidade com a mulher, essa espantosa actriz que é a Beatriz Batarda, actriz de teatro mas também de cinema. O que me leva a outro ponto, que não posso deixar de evocar: o Bernardo foi o mais importante compositor recente de músicas para cinema, fossem eles filmes novos ou mudos, que muitas vezes acompanhava ao vivo.

Os dias vão terríveis e mais este adeus, de todo imprevisto, deixa-nos um particular vazio, mas quero sobretudo pensar na Beatriz, bem sabendo que este meu enorme abraço, como por certo de tantos outros, não será o conforto, por certo impossível. Minha querida Beatriz, vou ter muitas saudades, não só das músicas do Bernardo, que essa ainda as poderemos continuar a escutar, mas do seu tão bonito sorriso e das afabilidade.»

Carlos Martins, saofonista: «É uma dor que fica. Começou a tocar comigo quando tinha 17 anos. Era um miúdo muito sensível, muito particular, fora de todos os cânones das pessoas que tocavam nessa altura música em Portugal»

Sérgio Godinho: «Tínhamos uma grande admiração musical e era uma pessoa que, em termos humanos, era absolutamente cativante. É tão triste que uma pessoa com aquela energia de viver morra»

Marco Martins: «É um momento de uma dor muito profunda e uma perda sem sentido»

Mário Laginha: «Encaro a perda com estupefação. É uma coisa estúpida de todo».
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Comentários

PUB
pub
PUB
Outros títulos desta secção