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Nacional
Vale e Azevedo negociou extradição com as autoridades judiciais
João Vale e Azevedo Foto: Lux
Redação Lux em 13 de Novembro de 2012 às 15:04
O antigo presidente do Benfica, João Vale e Azevedo, negociou a extradição para Portugal com as autoridades judiciais britânicas e portuguesas, disse hoje a sua advogada, Luísa Cruz.

"Vale e Azevedo falou com os seus advogados britânicos, que avançaram com a opção de entrega e negociaram. Depois, ele ponderou com a família no domingo", afirmou a mandatária, à entrada para o Tribunal Criminal de Lisboa, antes da terceira sessão do julgamento em que é acusado de peculato de quatro milhões de euros do Benfica.

Luísa Cruz negou que o advogado, retido em Londres desde julho de 2008, tenha sido detido pelas autoridades britânicas e confirmou que Vale e Azevedo já tinha esgotado todas as hipóteses de recurso no processo de extradição para Portugal.

"Podia fazer mais exigências legais, mas isso seria um beco sem saída. Ele já está a ficar farto e tem necessidade de resolver isto", afirmou.

A representante de Vale e Azevedo, que ainda não interpôs o pedido de liberdade condicional, alegando que este já cumpriu cinco sextos da pena em cúmulo jurídico, disse que só hoje, de manhã, esteve com o seu cliente, que chegou a Lisboa ao final da tarde de segunda-feira e pernoitou no Estabelecimento Prisional de Lisboa.

"Ele diz que está cansado", revelou Luísa Cruz, referindo que o Estabelecimento Prisional de Lisboa foi "apanhado de surpresa" e que disponibilizou "uma cela muito bera", onde "nem sequer há casa de banho".

Salientando que os Serviços Prisionais "estão a diligenciar no sentido de lhe darem uma cela melhor ou de o transferirem", Luísa Cruz sublinhou que Vale e Azevedo queria estar presente na sessão de hoje da 3.ª Vara Criminal, em que são testemunhas António Sala e José Capristano, que integravam a direção do antigo presidente.

"Era muito apertado ele vir. Os serviços prisionais ainda ligaram para a 3.ª Vara, mas é necessário um documento e não houve tempo para o obter", disse a causídica.

Vale e Azevedo, que tinha um julgamento em Londres na quarta-feira, relacionado com a sua insolvência, entregou-se na segunda-feira de manhã, após quatro anos e meio no regime de permanência de residência em Londres, com passaporte retido e proibição de sair do Reino Unido.

As autoridades portuguesas emitiram três mandados de detenção, o último dos quais com o cúmulo jurídico fixado em 11 anos e meio de prisão.

O cúmulo jurídico foi estabelecido a 25 de maio de 2009 no âmbito dos processos Ovchinnikov/Euroárea (seis anos de prisão em cúmulo), Dantas da Cunha (sete anos e seis meses) e Ribafria (cinco anos).

LUSA
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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