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Nacional
Redação Lux  com AM em 29 de Maio de 2012 às 15:40
David Cronenberg: «Robert Pattinson era barato e obedecia»
O realizador David Cronenberg e o ator Robert Pattinson estiveram esta terça-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a falar sobre o filme «Cosmopolis», enquanto na rua várias fãs aguardam a antestreia, marcada para hoje à noite.

Depois de ter sido exibido, na semana passada, no Festival de Cinema de Cannes, em França, o filme tem hoje a segunda exibição pública em Lisboa, numa antestreia no CCB, na qual estarão Cronenberg e o protagonista do filme, o ator Robert Pattinson.

Num encontro com a imprensa, o realizador canadiano e o ator britânico, acompanhados do produtor Paulo Branco, foram contando alguns pormenores sobre a rodagem do filme, uma adaptação do romance homónimo do escritor norte-americano Don DeLillo.

À entrada do CCB, onde já está colocada a passadeira vermelha, perto de vinte fãs de Pattinson, cerca das 12:00, já guardavam um lugar para o poderem ver à noite na antestreia. Entre elas estavam quatro espanholas, de Valladolid, que estão no local desde segunda-feira à noite.

«Cosmopolis» juntou, pela primeira vez, David Cronenberg e Robert Pattinson, depois de este ter sido o protagonista da saga de vampiros «Twilight», um sucesso de bilheteira em todo o mundo.

Robert Pattinson interpreta o papel de um milionário, Eric Parker, que quer atravessar Nova Iorque, dentro de uma limusina, para cortar o cabelo.

A viagem, que dura um dia inteiro, é uma metáfora sobre a própria vida da personagem e a sua autodestruição até a um confronto final - um diálogo crucial do filme - com um antigo empregado (o ator Paul Giamatti).

«Foram os diálogos do livro que me deram a certeza de que isto podia ser um filme. Eram dramáticos, interessantes. Don DeLillo tem diálogos muito específicos e transcrevi-os todos [para o argumento]», explicou Cronenberg.

Robert Pattinson, que tem em «Cosmopolis» o primeiro grande papel dramático de carreira, admitiu que estava «assustado» no começo da rodagem, porque não sabia se o filme iria resultar, uma vez que tinha muito texto, a história passava-se dentro de uma limusina e ele aparecia em quase todas as cenas.

Feito o filme, o ator percebeu que esta personagem - e o trabalho com David Cronenberg - o levou a pensar na representação e no cinema de forma diferente. Ainda assim não sabe que outras personagens gostaria de representar no futuro: «Espero apenas fazer boas personagens».

Cronenberg provocou uma sonora gargalhada na conferência de imprensa quando disse que escolheu Pattinson porque «era barato, estava disponível e obedecia às ordens do realizador».

«Vi algumas entrevistas dele no Youtube e deu para perceber como é, se tem sentido de humor. Divertimo-nos muito na rodagem, apesar de o filme ser pesado (...). Tive que o convencer, não porque o filme seria bom, mas porque ele era a pessoa certa para o papel», disse.

«Mostrámos o filme em Cannes e foi a primeira vez que o vi com público. Ainda não sei o que é que o filme trouxe à minha vida, mas já teve impacto. Temos andado a citar partes do filme. O filme tem muitos significados», disse.

Esta foi a primeira vez que Paulo Branco trabalhou com David Cronenberg, a quem sugeriu a adaptação do romance de Don DeLillo.

«Cosmopolis», que tem estreia comercial em Portugal na quinta-feira, é considerado um filme independente e de baixo custo, com um orçamento de 15 milhões de euros.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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