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Nacional
Redação Lux  com VBC em 22 de Março de 2012 às 13:05
Julgamento Paco Bandeira: Ex-mulher de Armando Vara recorda "relação conturbada"
"Cala-te. Não percebes nada disto". Assim chegava Paco Bandeira a dirigir-se a Maria Roseta, durante convívios de amigos. Quem o relatou foi Helena Mendes, ex-mulher de Armando Vara, ouvida no tribunal de Oeiras, esta quinta-feira, dia 22.

Em julgamento estão as acusações contra Paco Bandeira de violência doméstica, maus tratos, posse ilegal de arma e devassa da vida privada sobre os cerca de 12 anos de relação com Maria Roseta, mãe da sua filha menor, Maria Constança.

"Diria que seria uma relação conturbada. Verificava-se que havia tensão entre o casal, porque muitas vezes não havia diálogo, ou quando havia eram palavras secas", continuou Helena Mendes.

Quando ainda casada com Armando Vara, a testemunha relatou que passava vários fins-de-semana com Paco Bandeira e Maria Roseta no monte alentejano do músico, já que tinha uma propriedade nas redondezas.

Durante essa convivência ouviu muitos relatos "nervosos" e "preocupados" da ex-companheira do cantor. Chegou mesmo a ouvi-la dizer que "receava sobre a própria vida".

Foi aliás a Helena Mendes que Maria Roseta ligou, quando alegadamente Paco Bandeira lhe apontou uma arma à cabeça, enquanto ela segurava a filha, na altura com 3 anos, ao colo.

"Ligou a pedir ajuda. A dizer que ele a tentou matar, que lhe encostou uma arma à cabeça. A pedir que o acalmássemos. (...) Estava transtornada, nervosa. Como eu estava com o meu ex-marido, disse-lhe logo a que ele ia falar com ela e ele tentou acalmá-la", recordou a testemunha.

No mesmo momento, Ana Paula Nápoles, amiga da queixosa, assistia a um telefonema de Paco Bandeira para Maria de Assunção, irmã da alegada vítima.

Preparava-se para dar um passeio com Maria de Assunção, quando esta recebe uma chamada do músico a mandá-la ir ao monte buscar a irmã dela, ou então "ele matava-a", contou, depois de lhe ter sido transmitida a mensagem, que depreendeu também ao assistir ao telefonema.

Ana Paula Nápoles referiu-se ainda a Maria Roseta como sendo, no passado, "uma mulher bastante alegre, muito bem falante e começou a ficar apagada, não falava quando estava perto do Paco".

"Estava a falar com ela e, de repente, tinha atitudes bruscas. Mandava-a calar, na minha presença", afirmou.

À saída da audiência, o músico recusou-se a prestar declarações à imprensa sobre a sessão.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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