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Nacional
Realizador de «A Gaiola Dourada» recebe prémio em Paris
Gaiola Dourada
Redação Lux em 13 de Outubro de 2013 às 15:40
O realizador do filme «A Gaiola Dourada» recebeu no sábado, em Paris, o «Troféu Luso-Cidadão», uma distinção da «Cívica», associação de eleitos de origem portuguesa, pela visibilidade que deu à comunidade portuguesa em França.

«Recebo este prémio com muito orgulho», afirmou o realizador à agência Lusa após ter recebido o troféu.

Ruben Alves disse ser «gratificante» ter conseguido chegar a um elevado número de pessoas «através de uma história pessoal».

O presidente da «Cívica» revelou que a escolha do vencedor do «Troféu Luso-Cidadão» de 2013 foi unânime.

«Para nós, «Cívica», foi muito oportuno falar dos portugueses e que os franceses tenham tido a oportunidade de entrar em casa dos portugueses e de conhecer essa parte escondida e não visível da comunidade portuguesa», explicou Paulo Marques.

O dirigente associativo explicou que este prémio foi uma forma de agradecer a Ruben Alves por ter posto a comunidade portuguesa em evidência, «com risos, choros, lágrimas e com muito humor».

«A seis meses das eleições autárquicas, haver um filme que possa pôr «à la lumière» [em evidência] a comunidade portuguesa e a sua realidade genuína deu-nos a oportunidade de podermos fazer um trabalho dinamizador», acrescentou.

Por seu lado, o realizador luso-descendente ficou «surpreendido» com a recepção que o filme teve em Portugal e admitiu que não estava à espera de «todo o acolhimento» que teve.

«Estou muito feliz porque dá uma outra imagem da emigração aos portugueses de lá [de Portugal], porque afinal no filme há uma «portugalidade», uma alma portuguesa que qualquer português no mundo pode sentir», disse o realizador.

Ruben Alves reconheceu que o filme surgiu numa altura em que se assiste a uma nova vaga de emigração, mas que nada tem que ver com a emigração dos anos sessenta e setenta que é retratada no filme.

«É diferente, e a verdadeira diferença entre esta emigração [retratada no filme] e a de agora é a esperança. Antigamente havia esperança. Eles iam para fora para encontrar um trabalho melhor. Hoje em dia já é mais complicado porque vão embora de um país onde já não têm possibilidades nenhumas, onde já não há esperança, ou há muito pouca, é complicado. Então vão para fora porque não têm qualquer hipótese. Claramente não é a mesma coisa», considerou.

Ruben Alves admitiu que provavelmente a nova emigração não se vai rever em algumas das situações retratadas na «Gaiola Dourada», mas confessou haver algo de comum às duas gerações de emigrantes: «a alma portuguesa».

«O ser português não se explica, é algo que temos em nós. Esta nostalgia, fatalidade e maneira de viver que sobressai no filme com esta família», concluiu.

O «Troféu Luso-Cidadão» foi criado em 2010, na comemoração dos dez anos da associação «Cívica», com o objetivo de homenagear iniciativas privadas, associativas, ou artísticas que evidenciem de forma positiva a comunidade portuguesa residente em França.

Lusa
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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