Um especialista em expressões faciais considerou hoje que a degradação das condições sociais nos últimos quatro anos levam os portugueses sorrirem cada vez menos, mesmo as mulheres, que eram mais expressivas do que os homens.
O diretor do Laboratório de Expressão Facial da Emoção da Universidade Fernando Pessoa, Armindo Freitas-Magalhães, afirmou, numa resposta escrita enviada à Lusa, que «o sorriso na face dos portugueses tem vindo a desaparecer ao longo dos anos, com marcação acentuada nos últimos quatro anos».
«A face do país é visível na face dos portugueses. Os momentos de adversidade, por mais que se tente disfarçar, inibem a expressividade do sorriso humano, principalmente o sorriso largo (acentuado movimento dos músculos faciais, aproximando-se da emoção básica alegria, semelhante, na sua morfologia, ao riso) e isso é preocupante», explicou Armindo Freitas-Magalhães, em declarações feitas na véspera do Dia Mundial do Sorriso, que se assinala domingo.
Ainda que as crianças continuem «imunes à crise» e os homens tenham sido «os que sempre sorriram menos», as mulheres também «deixaram de sorrir como o faziam antes», sendo agora portadoras de uma «face neutra».
Segundo o académico do laboratório que tem desenvolvido um estudo sobre «Uma década de sorriso» em Portugal, «nos últimos anos o sorriso tem sido mais pedido do que dado» em Portugal.
«Por isso é que sou contra o dístico "Sorria, que está a ser filmado": é uma intromissão na esfera psicológica das pessoas, mas uma estratégia segura de identificação de quem sorri», declarou Freitas-Magalhães.
Lusa