Os famosos e artesanais Tapetes de Arraiolos, da vila alentejana com o mesmo nome, vão ganhar um centro interpretativo para a sua valorização e salvaguarda, fruto de um investimento de dois milhões de euros.

O município divulgou hoje que o espaço museológico vai abrir na quinta-feira, no remodelado edifício do antigo Hospital do Espírito Santo, junto ao pelourinho, na Praça do Município, em pleno centro histórico de Arraiolos.

O presidente da câmara, Jerónimo Lóios, disse à agência Lusa que o centro interpretativo vai ter a "dupla função" de ser "um repositório do historial, origens, métodos e técnicas" e, ao mesmo tempo, um local de estudo de "novas perspetivas, medidas e desenhos".

"Para além de um espaço museológico para dar a conhecer o Tapete de Arraiolos, funcionará em simultâneo como um espaço de investigação e de estudo que possa projetar o tapete como um património cultural valioso do concelho e do país para o século XXI", resumiu.

De acordo com o autarca, o centro vai mostrar as "diversas fases de produção, desde a tosquia até ao produto final" e contar com "demonstrações ao vivo" para que "os visitantes possam ver como se faz o autêntico Tapete de Arraiolos".

Promovido pelo município, o projeto envolveu um investimento de dois milhões de euros, comparticipados em 85% por fundos comunitários, através do programa InAlentejo.

Do Tapete de Arraiolos, bordado a lã sobre tela, conhecem-se referências já desde os finais do século XVI (1598), com origem na vila alentejana com o mesmo nome, povoada no princípio do mesmo século por mouros e judeus, expulsos da mouraria de Lisboa por D. Manuel I.

Segundo investigações históricas, as famílias ali fixadas encontraram abundantes rebanhos de boa lã e diversidade de plantas indispensáveis ao tingimento e fabrico das telas onde são manufaturados os tapetes, empregando a técnica do ponto cruzado oblíquo, denominada "Bordado de Arraiolos".

Os Tapetes de Arraiolos, uma das expressões mais genuínas do artesanato regional português, constituem a grande atração turística e são ainda uma das principais atividades económicas do concelho alentejano.

LUSA