Para proteger os filhos, Luísa Beirão passou os últimos anos a sofrer em silêncio. O julgamento que a opõe ao ex-marido, Miguel Pedrosa, em que o acusa de violência doméstica, começa em setembro, mas a manequim pediu ao tribunal para que decorra à porta fechada.

A sua principal preocupação é resguardar a sua imagem e a de Isabel, de 4 anos, e Frederico, de quase 2, fruto da relação com o antigo jogador de futebol e atual treinador dos juvenis do Sporting.

Apesar de a manequim ter apresentado queixa por violência doméstica contra o ex-marido a 17 de outubro de 2010, só agora é que esta foi tornada pública pelo jornal Correio da Manhã.

Luísa Beirão mantém-se calada, como sempre fez. Não atendeu as várias tentativas de contacto da Lux e a sua agência, a Elite, assegura que a manequim não vai nunca falar sobre este assunto por se tratar de um assunto de «foro privado». Os filhos e o namorado, Filipe Gomes, têm sido o seu refúgio e o seu porto de abrigo nesta delicada fase.

Em setembro, a manequim terá de estar cara a cara com o ex-marido, no Tribunal do Porto, para o início de um julgamento que promete ser polémico e muito mediático.

Luísa Beirão acusa Miguel Pedrosa de maus tratos físicos e verbais durante os últimos quatro anos de casamento. A intensidade das agressões terá aumentado quando o então marido terminou a sua carreira de jogador de futebol, mas os insultos verbais começaram pouco tempo depois de se terem casado, em junho de 1999.

No processo, no qual constam as conversas da manequim com a psicóloga, Luísa Beirão revela que o marido era ciumento. «Não podia ter amigos homens», conta, citada pelo Correio da Manhã.

Durante os momentos de maior tensão, Miguel Pedrosa chegou a acusar a manequim de se ter casado com ele apenas por dinheiro. Dizia recorrentemente que ela era «estúpida, fraca e interesseira». Mas a violência não era apenas verbal. Longe disso. Em 2007, o antigo jogador agrediu-a com «pontapés, puxões de cabelo, empurrões e estalos, com os quais a atingia na cabeça, nas pernas, nádegas, costelas e braços», reproduz o Correio da Manhã.

Por vergonha, Luísa Beirão mantinha-se calada e o casamento era, aos olhos do público, feliz. No final de 2007, a manequim engravidou pela primeira vez, concretizando um desejo comum do casal. Mas aos cinco meses de gravidez voltou a ser agredida. Desta vez com um soco na barriga. Isabel viria a nascer prematura, um mês depois, em abril de 2008, durante uma viagem do casal à Irlanda. Com apenas 27 semanas de gestação e 970 g, teve de ficar internada durante dois meses no Royal Maternity Hospital, em Belfast, e mais um mês na unidade neonatal da Maternidade Júlio Dinis, no Porto.

No verão do mesmo ano, durante umas férias em Vilamoura, Miguel Pedrosa terá atirado a mulher contra a parede, contra a cama e para o sofá, puxando-lhe o cabelo. «Sempre que acabava de bater, dizia: «Tens muita sorte. Se eu fosse outro já te tinha partido a cara», relata Luísa Beirão no relatório psicológico.

Em fevereiro de 2010, quando a manequim descobriu que estava novamente grávida, Miguel Pedrosa pôs em causa a paternidade de Frederico. Os resultados do teste que exigiu deram 99,9% de probabilidade de ele ser o pai, mas o ex-jogador diz ao tribunal que o processo não esclarece quando é que o exame foi realizado. «Ela sentia-se culpada porque queria encobrir uma relação extraconjugal que se tornou pública a partir do início de junho de 2010 e que se mantinha há vários meses [referindo-se ao namoro da ex-mulher com Filipe Gomes]», escreve o Correio da Manhã, citando uma resposta de Miguel Pedrosa ao tribunal.

Contactado pela Lux, Miguel Pedrosa garante que está «tranquilo», mas remete explicações quanto à acusação para outra altura. «A seu tempo falarei sobre isso e esclarecerei a verdade e a intenção da situação [o processo]. Para já não vou fazer comentários», sublinha.