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Nacional
Tiago Pinto relata noite de terror: «Senti o calor das bombas na pele»
Tiago Pinto
Redação Lux em 16 de Julho de 2016 às 18:55

O futebolista português Tiago Pinto viveu na sexta-feira momento de terror na Turquia, país onde veste as cores do Osmanlispor.

«Foi uma noite de terror, muito complicada», contou o filho mais velho do ex-futebolista João Pinto ao Maisfutebol.

«Claro que tive medo, mas ao mesmo tempo tive a preocupação de me concentrar e pensar em soluções de fuga, e isso ajudou a não ser tomado pelo medo. O prédio abanou muitas vezes e em duas situações ainda nos lançámos todos para o chão com o susto», explicou o jogador que estava sozinho em Ankara.

Durante a pré-temporada, e como tem de passar muito tempo fora de casa, Tiago Pinto prefere que a família permaneça em Portugal. Por isso a mulher e os filhos não viveram o susto.

«Estava com três colegas do clube, mas para além deles, aqui no prédio, todos nós damos muito bem. Tenho um vizinho norte-americano, que trabalha na embaixada dos Estados Unidos, e que vive num 16º andar, com a mulher e dois filhos», referiu.

«Como eu vivo num segundo andar, ele veio com a mulher, os filhos e dois amigos para minha casa, para ficar mais perto da saída em caso de alguma emergência. Para além disso as portas estavam abertas e havia sempre pessoas a entrar e a sair».

A ideia era tentar perceber o que estava realmente a acontecer durante a tentativa de golpe de Estado. «As informações eram contraditórias. Havia muitos rumores, mas nenhuma informação oficial. Por isso tentámos apoiar-nos e trocar a informação que conseguíamos obter», declarou o jogador ao Maisfutebol, explicando como tudo aconteceu: «Estava a jantar com uns amigos num restaurante do centro de Ankara. Tínhamos tido folga, depois do jogo, e aproveitámos para jantar fora. Já no fim do jantar começámos a ouvir uns aviões sobrevoar baixinho a cidade, mas achámos que era normal».

Tiago Pinto prossegue no relato dos acontecimentos: «Logo a seguir sentimos as bombas a cair. Não as ouvíamos, mas víamos o clarão que provocavam e sentíamos o calor na cara. Aí percebemos que era grave, saímos de imediato do restaurante e fomos para casa. Pelo caminho passámos pelo edifício da televisão estatal, que tinha sido tomada pelos militares, mas não nos aconteceu nada».

 

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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