O futebolista português Tiago Pinto viveu na sexta-feira momento de terror na Turquia, país onde veste as cores do Osmanlispor.
«Foi uma noite de terror, muito complicada», contou o filho mais velho do ex-futebolista João Pinto ao Maisfutebol.
«Claro que tive medo, mas ao mesmo tempo tive a preocupação de me concentrar e pensar em soluções de fuga, e isso ajudou a não ser tomado pelo medo. O prédio abanou muitas vezes e em duas situações ainda nos lançámos todos para o chão com o susto», explicou o jogador que estava sozinho em Ankara.
Durante a pré-temporada, e como tem de passar muito tempo fora de casa, Tiago Pinto prefere que a família permaneça em Portugal. Por isso a mulher e os filhos não viveram o susto.
«Estava com três colegas do clube, mas para além deles, aqui no prédio, todos nós damos muito bem. Tenho um vizinho norte-americano, que trabalha na embaixada dos Estados Unidos, e que vive num 16º andar, com a mulher e dois filhos», referiu.
«Como eu vivo num segundo andar, ele veio com a mulher, os filhos e dois amigos para minha casa, para ficar mais perto da saída em caso de alguma emergência. Para além disso as portas estavam abertas e havia sempre pessoas a entrar e a sair».
A ideia era tentar perceber o que estava realmente a acontecer durante a tentativa de golpe de Estado. «As informações eram contraditórias. Havia muitos rumores, mas nenhuma informação oficial. Por isso tentámos apoiar-nos e trocar a informação que conseguíamos obter», declarou o jogador ao Maisfutebol, explicando como tudo aconteceu: «Estava a jantar com uns amigos num restaurante do centro de Ankara. Tínhamos tido folga, depois do jogo, e aproveitámos para jantar fora. Já no fim do jantar começámos a ouvir uns aviões sobrevoar baixinho a cidade, mas achámos que era normal».
Tiago Pinto prossegue no relato dos acontecimentos: «Logo a seguir sentimos as bombas a cair. Não as ouvíamos, mas víamos o clarão que provocavam e sentíamos o calor na cara. Aí percebemos que era grave, saímos de imediato do restaurante e fomos para casa. Pelo caminho passámos pelo edifício da televisão estatal, que tinha sido tomada pelos militares, mas não nos aconteceu nada».