O pianista e compositor Carlos Azevedo, 63 anos, foi encontrado morto na sexta-feira na sua residência, em Carnaxide, arredores de Lisboa, disse à Lusa o músico Paleka, que tocou várias vezes com ele.
«Foi encontrado morto na sua residência [em Carnaxide] pelo irmão», disse à Lusa o baterista Paleka, acrescentando que «o corpo irá ser autopsiado».
Carlos Azevedo estudou composição com Jorge Peixinho, foi professor e diretor da Escola Jazz do Hot Clube de Portugal, tendo fundado outras escolas de música jazz.
Entre outros, Azevedo tocou com Jan P. Kaczmarek, Steve Potts, Maria João, Paleka e António Ferro. Com estes dois, constituiu o projeto "Bronx na Mouraria".
«Há uns anos, gravei uns fados com o Carlos [Azevedo] e o [baterista] Paleka, e fiquei deveras admirado com o desenvolvimento harmónico, digno dos melhores
standards norte-americanos, e de um lirismo e eruditismo invulgares», disse à Lusa Ferro.
Carlos Azevedo compôs regularmente para teatro e cinema, e para os grupos em que tocou.
Participou em vários festivais nacionais e internacionais de música, nomeadamente o Festival Jazz de Bruges, na Bélgica.
O músico conquistou, em 1994, o Leopardo de Ouro do Festival de Locarno, na Suiça, pela banda sonora original da média-metragem «Zéfiro» (1993), de José Álvaro Morais.
Entre os galardões com que foi distinguido, consta o 1.º Prémio das Marchas Populares de Lisboa, em 2003, com a música da Marcha da Bica.
O compositor nasceu em Lisboa, em 29 de março de 1949.
Lusa