O procurador de Manhattan, em Nova Iorque, Cyrus Vance Jr., congratulou-se com a condenação de Renato Seabra pelo homicídio de Carlos Castro, um "crime brutal e sádico".
Seabra, cuja defesa pedia absolvição por problemas mentais, foi condenado em Nova Iorque por homicídio em segundo grau, pelo assassínio confessado do cronista social Carlos Castro, a 7 de janeiro de 2011, num hotel da cidade.
A decisão dos jurados foi comunicada na sexta-feira ao Supremo Tribunal do Estado de Nova Iorque após mais de seis horas de deliberações, cabendo agora ao juiz ditar a sentença.
"Este foi um crime brutal e sádico, em que Renato Seabra espancou, estrangulou e mutilou a sua vítima antes de o matar", disse o procurador distrital de Manhatttan Cyrus Vance Jr., em declaração após a leitura do veredito.
"É particularmente trágico que Carlos Castro não apenas tenha sido traído pelo seu amante rejeitado, mas que tenha tido um fim muito doloroso e violento longe da sua casa", adianta Vance.
O julgamento durou perto de dois meses, com várias interrupções pelo meio, causadas pelo furacão 'Sandy' e eleições.
Vance deixa ainda agradecimentos aos procuradores a quem entregou o caso, equipa liderada por Maxine Rosenthal.
À saída do tribunal, Rosenthal escusou-se a prestar quaisquer declarações.
Em comunicado, a procuradoria salienta que o veredito prova que Seabra matou Castro porque estava zangado por este terminar com a relação entre ambos.
"Depois de um prolongado ataque no quarto de hotel, o réu tomou um duche, retirou 1.600 dólares da carteira da vítima e pendurou um aviso de «não incomodar» na porta do quarto", adianta a procuradoria.
"À saída do hotel, Seabra inesperadamente encontrou no lobby uma amiga da vítima, que testemunhou que o réu disse que Castro «já não sairia do quarto»", refere ainda o comunicado.
Seabra viria a confessar o crime à Polícia no dia seguinte no Hospital Bellevue.
A defesa pedia a absolvição argumentando que os problemas mentais de Seabra, diagnosticados pelos psiquiatras que o observaram depois do crime, o impediram de ter consciência dos seus atos.
O advogado de Defesa, David Touger, levou as mãos à cabeça ao ouvir a decisão e assim se deixou ficar durante alguns minutos.
No final, revelou que vai pedir recurso da decisão, mas não precisou quando e com que argumentos.
"Não é o que queríamos, obviamente", disse Touger ao sair do tribunal, sem parar para falar com os jornalistas.
A mãe de Seabra não quis falar e apenas uma amiga, Dulce Tanelli, lamentou o veredito, afirmando que o jovem esteve "forte" durante o julgamento e que continua a ser medicado.
Disse estar ainda convencida de que foi um ataque psicótico a levar ao crime de 07 de janeiro.
Lusa